Gasolina fica 7,4% mais barata após quatro semanas de isolamento no Rio

Em seus últimos quatro levantamentos semanais em postos do município do Rio de Janeiro, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) observou uma redução de 7,4% no preço médio do litro da gasolina para o consumidor (veja ao lado outros combustíveis). A primeira semana considerada para esta variação foi a terceira de março, quando muitos cidadãos, como a empreendedora Maria Lúcia Branco, de 61 anos, começaram a adotar medidas de isolamento para frear o avanço do coronavírus na cidade. Em poucas saídas, como idas ao banco e a farmácias, ela notou barateamento até superior num posto no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio: em um mês, o preço caiu de R$ 4,99 para R$ 4,39, cerca de 12%.

— Passei por São Cristóvão, onde costumava custar R$ 4,79 e estava por R$ 4,49 nesta semana. Aproveitei para encher o tanque. Quando voltei ao Recreio, já estava R$ 4,39, ainda mais barato — lembra.

A pandemia explica a queda no preço, e porque ainda assim a redução nas bombas não se compara ao barateamento nas refinarias (o motivo vai além da forte carga de impostos). Na última quarta-feira, 15, a Petrobras reduziu o preço da gasolina em 8%, acumulando no ano queda de 48%. Mas enquanto o coronavírus causa esse baque dos barris no no mercado internacional, também caiu o consumo da gasolina nos postos, que ainda estão com estoques comprados a preços elevados e com saldos preocupantes.

Na média, o consumo de combustíveis nos postos do município do Rio caiu 70%. Na Zona Sul e na Tijuca, o quadro é pior: as vendas se limitam a 15% da média mensal para os meses de março e abril, tanto na comparação com os meses imediatamente anteriores, quanto sobre os mesmos do ano anterior.