Lula diz pela primeira vez que pretende pedir progressão de regime de pena

Em entrevista concedida nesta sexta-feira (3) ao jornalista Kennedy Alencar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, pela primeira vez, que pretende pedir progressão de regime da pena que cumpre por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Ele quer passar do regime fechado para o semiaberto.

Em setembro, Lula completa um sexto da pena. No mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena de 12 anos e 1 mês de prisão, estabelecida em 2ª instância, para 8 anos e 10 meses.

Na entrevista, Lula ressalva que pedirá a progressão, mas que continuará lutando na Justiça para provar sua inocência.

A condenação no caso do triplex
Em 12 de julho de 2017, Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá. A sentença, em primeira instância, foi dada pelo então juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, que condenou o ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No entendimento de Moro e dos três desembargadores da Turma, Lula recebeu da OAS o apartamento triplex em troca de contratos fechados pela empreiteira com a Petrobras.

Depois disso, em abril do ano passado, o ex-presidente foi preso em São Paulo e levado à sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena desde então.

O caso do sítio em Atibaia

De acordo com o Ministério Público Federal, Lula recebeu propina do Grupo Schahin, de José Carlos Bumlai, e das empreiteiras OAS e Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, que o ex-presidente frequentava com a família. Outras 12 pessoas foram condenadas no processo.

O MPF afirma que a Odebrecht e a OAS custearam R$ 870 mil em reformas na propriedade. Já a Schahin fez o repasse de propina ao ex-presidente no valor de R$ 150 mil por intermédio de Bumlai, ainda conforme o MPF.

Entre os outros 12 condenados na ação, estão Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, José Adelmário Pinheiro (Léo Pinheiro), ex-presidente da OAS e Fernando Bittar, empresário e sócio de um dos filhos de Lula.

Lula ainda responde a outros seis processos em tramitação em diferentes instâncias da Justiça.

Fonte: G1