Urbanização da “avenida das hortas” vai incentivar mobilidade sustentável e identidade cultural do Dirceu

Logo na entrada das hortas comunitárias do Grande Dirceu, na Avenida Noé Mendes, dona Teresa Regina, de 63 anos, corta as raízes das recém-colhidas cebolinhas. Há mais de 20 anos, essa tarefa faz parte da sua rotina e de outros horticultores. Juntos, eles cultivam alimentos no espaço onde a Prefeitura de Teresina vai realizar obras de urbanização.

Com investimento em torno de R$ 11 milhões, oriundos de empréstimo com o Banco do Brasil e contrapartida do município, o projeto tem como eixo central a valorização dos 4,5km de hortas comunitárias e de todo o seu entorno, com intervenções na mobilidade e qualidade do meio ambiente.

“A urbanização vai valorizar as atividades de produção agrícola como um fator cultural da região. Esse é um projeto que busca preservar a história e identidade dos bairros e, ao mesmo tempo, modernizar a sua paisagem, priorizando o bem-estar dos agricultores e dos moradores”, explica o superintendente da SDU Sudeste, Evandro Hidd.

Será criado um parque linear ao longo de toda a extensão das hortas, incluindo espaço para pedestres e ciclistas. O transporte público também será priorizado, com pistas exclusivas nas principais avenidas do Dirceu, onde as linhas de ônibus troncais chegarão através dos Terminais Itararé e Livramento, com maior penetração de linhas alimentadoras.

Na Avenida Noé Mendes, atualmente de duplo sentido, será implantado um sistema binário com a rua Pedro Teixeira. Já as ruas que dividem as quadras das hortas se tornarão caminhos pedestres com praças de convívio.

Segundo Isaac Meneses, superintendente executivo da SDU Sudeste, as intervenções são um estímulo à mobilidade sustentável e refletem também no crescimento do comércio local. “A região vai dispor de todas as características que incentivam o transporte saudável, com a presença das ciclovias e áreas destinadas ao pedestre e ao transporte público. Isso vai aumentar a circulação de pessoas por ali e, como resultado, valorizar um dos pontos fortes da região, que é o comércio”, afirma.

Para a dona Teresa, que tem a profissão como um grande prazer da sua vida, a urbanização vai criar novas possibilidades para o negócio. “A mudança vai ser muito boa, porque atrai mais pessoas e a gente pode negociar melhor com o cliente”, afirma. Todos os dias ela acorda 4h da manhã e começa a se preparar para mais um dia de trabalho e plantio das hortaliças que, com orgulho, chama de “só coisa boa”.

Fonte: PMT