Quadrilha usava 'Nota Piauiense' para aplicar golpes no estado

A Polícia Civil do Piauí deflagrou a operação ‘Sorte Premiada’ e prendeu quatro pessoas em Parnaíba-PI, suspeitas de integrarem uma quadrilha especializada em estelionato. A operação foi realizada nesta quarta-feira (10).

De acordo com a polícia, os criminosos utilizavam, de forma falsa, o nome do programa Nota Piauiense, da Secretaria de Fazenda do Piauí, para enganar as vítimas e fazer com que estas disponibilizassem informações pessoais e senhas bancárias. A ação acontecia através de mensagens eletrônicas, enviadas aos celulares das vítimas.

“Essa modalidade de crime é conhecida como Phishing, termo estrangeiro ainda sem tradução, mas que se resume na ação de levar o destinatário de mensagens de comunicação eletrônica a fornecer dados pessoais e senhas bancárias a criminosos, que geralmente conseguem iludir as vítimas ao se passarem por instituições respeitáveis. Via de regra, isso acontece quando a vítima recebe uma mensagem onde está incluída uma programa de informática clandestino, malicioso, mas no Piauí, a quadrilha fazia uso de mensagens telefôncias do tipo SMS, e conduzia as vítimas através de telefonema onde se passavam por uma central de pagamento de prêmios”, informou a Polícia Civil.

O analista de inteligência e agente de polícia de iniciais M. L. R, que investigou o caso, explica a organização agia.

“No Piauí, a quadrilha fantasiava uma história, construída com base na vida social da própria vítima por meio das redes sociais e ludibriava a vítima até que essa fosse a um caixa eletrônico e fizesse um depósito para, enfim, ter acesso a um prêmio que foi iludida a acreditar que seria seu”.

O delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada, informou ainda que a quadrilha era formada por ‘laranjas’, que forneciam suas contas e atuavam na história como sendo os gerentes das agências bancárias que efetuariam o pagamento do bilhete premiado, para não levantar suspeitas para as vítimas.

“A quadrilha era extremamente sofisticada, aplicava golpes sabendo minúcias de taxas e do funcionamento de caixas eletrônicos, sequência lógica das teclas de cada caixa para cada procedimento bancário, capaz de conduzir a vítima inequivocamente a fazer as tranferências. A quadrilha investia muito em engenharia social, conseguia dados como CPF, endereço e demais informações das vítimas”, explica o delegado.

Segundo as investigações, o grupo chegava a enviar 500 mensagens de texto simultaneamente para celulares, onde dizia que a pessoa havia sido sorteada na Nota Piauiense. Em três meses a quadrilha teria movimentado R$ 100 mil.

Mensagem encaminhada às vítimas. Foto: Divulgação Polícia Civil

A ação é desenvolvida e coordenada pela Gerência de Polícia Especializada, da Delegacia Geral de Polícia Civi e ocorre em Teresina e Parnaíba. Participam da operação a Gerência de Polícia do Inteirior, delegacia de Luís Correia, Buriti dos Lopes, Delegacia de Homicídios Tráfico e Latrocínio da Planície Litorânea, Depatri, Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. A investigação contou com o apoio também da Diretoria de Inteligência da SSP.