Banco no qual governo do Piauí pedirá empréstimo é investigado pela 'Lava Jato', diz Gustavo Neiva

O deputado Gustavo Neiva (PSB), afirmou que irá apresentar um requerimento nesta quinta-feira (12), pedindo a realização de uma audiência pública com a equipe econômica do governo para falar sobre os pedidos de empréstimos que devem ser contratados pelo governador Wellington Dias (PT), junto ao Banco Brasil Plural.

O deputado justifica que pedirá uma explicação sobre como o estado chegou à instituição financeira, já que, de acordo com ele, a o banco não dispõe sequer de um terço dos R$ 2,7 bilhões que o Governo do Estado pretende contratar de empréstimo junto àquela instituição. Neiva ainda disse que o banco tem em seus ativos um patrimônio, de apenas R$ 767,1 milhões.

“De acordo com os dados do balanço apresentado ao Banco Central, o Banco Brasil Plural teve um prejuízo de R$ 20 milhões em 2018. Esse montante aumentou para R$ 20,1 milhões já este ano. Ou seja, em apenas seis meses já teve um prejuízo de R$ 7,8 milhões. Como pode um banco que tem prejuízo, ano após ano, querer emprestar dinheiro ao Piauí? O capital social do banco é de R$ 143,7 milhões. Como vai conseguir emprestar R$ 2,7 bilhões?”, questionou o parlamentar.

Neiva ainda chamou atenção ao fato de que o Banco Plural não tem agências de atendimento, e conta com apenas três escritórios. Ele ainda disse que o atual presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, era sócio do Brasil Plural até recentemente, mas teve que se afastar para assumir o cargo público.

“Além do mais, o doleiro e delator da Lava Jato, Lúcio Funaro, citou em seu depoimento, já aceito pela Justiça, que o Banco Brasil Plural está envolvido na investigação através de parentes e da J&F, do empresário Wesley Batista. Precisamos saber onde estamos nos metendo. Se o Piauí tem conceito B no Tesouro Nacional, se tem condições de pedir empréstimos, porque não foram buscados bancos sérios e conhecidos, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco, o Santander, o Itaú ou mesmo bancos internacionais? Teve que ir atrás de um banquinho que ninguém conhece, que trabalha no vermelho em um país onde todo banco dá lucro de bilhões”, ponderou.

Para o parlamentar, existe ainda uma denúncia do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo dando conta que as operações do Banco Plural causaram prejuízos à Fundo de Previdência da Caixa Econômica Federal (Funcep), ao qual o governador Wellington Dias está vinculado como economiário aposentado. O prejuízo, segundo Neiva, decorreu de uma transação com Wesley Batista.

“Essa Casa e a sociedade tem o direito de saber como o governo achou esse Brasil Plural, que tem envolvimento com a Lava Jato”, completou.