O presidente Jair Bolsonaro ignorou a imprensa na saída do Palácio do Alvorada nesta terça-feira (11) pelo segundo dia consecutivo. Depois de atender apoiadores, ele chegou a responder rapidamente a pergunta de um.jornalista sobre a vinda do chanceler da Argentina ao Brasil nesta quarta (12), dizendo que o receberá se houver oportunidade, mas, em seguida, ao ouvir o início do questionamento seguinte, virou-se e foi embora.

No sábado (08), Bolsonaro deu uma “banana” a jornalistas e reclamou da cobertura da imprensa a respeito de uma fala sua sobre o tratamento de pessoas infectadas com HIV no Brasil. Na ocasião, ele citou o caso de uma jovem que, aos 16 anos e grávida do 3º filho, estava com HIV.

“Eu falei: o que faltou? Faltou uma mãe, uma avó, uma instrução, uma orientação para não começar a fazer sexo tão cedo. Qualquer pessoa com HIV, além do problema de saúde, que é gravíssimo, é custoso para todo mundo. Vocês focaram que o aidético é oneroso no Brasil”, disse. Para o presidente, a imprensa fez “fofoca”.

Já nesta segunda (10), Bolsonaro disse que não comentaria alguns assuntos com a imprensa porque o conteúdo seria deturpado. “Lamento, mas não vou conversar nada com vocês. No dia em que vocês, com todo o respeito, transmitirem a verdade, será muito salutar conversar com vocês”, afirmou.

Globo “Fake News”

Apoiadores, o presidente chamou a Globo de “fake news”. Ele comentava a reportagem do jornal O Globo divulgada na manhã desta terça-feira, que indica que a voz que liberou a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, não é do mesmo porteiro que deu depoimento citando Bolsonaro, e que a ligação foi feita para o apartamento de Ronnie Lessa, e não para o do presidente, então deputado federal. As informações estariam em laudo da Polícia Civil.

“A TV Globo faz uma armação com o pessoal da investigação, divulga o porteiro ligando pra mim e agora descobriram que a voz não é do porteiro. Parabéns, Globo, fake news total”, disse.

Queiroz é suspeito de assassinato da vereadora Marielle Franco. No dia do crime, ele foi até o condomínio, para o apartamento de Lessa, também suspeito. O condomínio era o mesmo em que Bolsonaro, enquanto deputado federal, morava.

Em novembro de 2019, a TV Globo fez uma reportagem dizendo que 1 porteiro do local afirmou em depoimento que foi o “seu Jair” que liberou a entrada de Queiroz no condomínio. O porteiro voltou atrás em seguida.

Fonte: Poder 360