CPI ouve ex-coordenadora do PNI Francieli Fantinato

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia ouve nesta quinta-feira (08/07) Francieli Fantinato, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

Fantinato é uma das investigadas da CPI da Pandemia. No começo da sessão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, relembrou que Fantinato possui um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal que a permite permanecer em silêncio em questionamentos que podem incriminá-la.

Ao fim do primeiro discurso, Francieli passou a levantar dúvidas em relação sobre porquês dos percalços enfrentados ao longo da pandemia e afirmou que teve dificuldade para ter uma “execução rápida de uma campanha”.

Para Francieli, uma campanha efetiva levaria em conta uma “comunicação única” por parte “de qualquer cidadão de qualquer escalão”, e que ter o líder da nação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), trazendo “elementos que colocam dúvida” no processo prejudicaria a efetividade da campanha.

Ao ser questionada pelos motivos que a levaram a deixar o cargo, Francieli Fantinato afirmou que considerou questões pessoais após observar a “politização” da eficácia da vacinação, e que este movimento colocou-a enquanto investigada na CPI antes de ser ouvida.

O senador Otto Alencar (PSD-BA), que protocolou o requerimento de convocação de Fantinato, alega que a ex-coordenadora editou uma nota técnica aos estados recomendando a vacinação, com qualquer vacina disponível, de gestantes que receberam a primeira dose da AstraZeneca. A nota foi feita sem nenhuma comprovação de segurança ou eficiência da prática em mulheres grávidas.

Conhecido como intercambialidade, o processo de troca de fabricantes de vacinas entre a primeira e a segunda dose vem sendo estudado por alguns países.

A ex-coordenadora do PNI teve sua exoneração publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (7). De acordo com o ministro Marcelo Queiroga, foi Fantinato que pediu para deixar o cargo. A ex-servidora teve ainda a quebra dos sigilos telefônico e telemático — apresentados pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) — aprovados na sessão do dia 10 de junho. Fantinato recorreu da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o ministro da Corte Alexandre de Moraes negou o pedido.

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Fonte: CNN