Senadores do PI defendem adiamento das eleições municipais e doação do Fundo Eleitoral para área da saúde

O partido Podemos, do senador Elmano Férrer, anunciou que está coletando assinaturas de parlamentares para dar entrada a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe transferir as eleições municipais de 2020 para 2022. Ou ao menos, até o mês de dezembro.

Segundo o senador, a proposta tem como objetivo voltar esforços para o combate ao Covid-19 no país, que neste momento, é o assunto mais importante em pauta.

A PEC sugerida por Elmano Férrer propõe prorrogar os mandatos dos atuais prefeitos e vereadores, eleitos nas eleições municipais de 2016, e unificar os pleitos em 2022. Para que a proposta seja levada adiante, o senador precisa colher pelo menos 27 assinaturas.

A proposta tem apoio do senador Ciro Nogueira (PP), que além de defender a unificação das eleições, também propôs a doação do fundo eleitoral para a Saúde.

“Sou totalmente favorável ao adiamento, por dois anos, das eleições. Acho que o partido deveria propor a doação do fundo eleitoral, que é no valor de 2 bilhões de reais, mais o custo do dia da eleição, que é de mais 2 bilhões, e já que não vai ter demanda na Justiça Eleitoral, nós reduzirmos em 50% o valor dos recursos destinado à Justiça Eleitoral, que anualmente é em torno de 8 bilhões, diminuiria para 4 bilhões. Se somar tudo, teríamos recursos no montante de 8 bilhões de reais para doarmos para saúde do nosso país. Seria muito mais importante do que termos a eleição este ano”, publicou Ciro em suas redes sociais.

A possibilidade de adiamento das eleições também foi defendida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

“Faça um mandato tampão desses vereadores e prefeitos. Eleição no meio do ano… uma tragédia. Vai todo mundo querer fazer ação política. Eu sou político. Não esqueçam disso”, disse o ministro nesse domingo (22).

Há também quem discorde da proposta. Como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em entrevista ao Estadão, Maia disse que não haverá necessidade de adiar o pleito de prefeitos e vereadores, caso as projeções de seu correligionário, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estejam corretas. O ministro previu um aumento das infecções em abril, maio e junho, seguido de estabilização em julho e agosto e decréscimo da curva em setembro.

“Se a projeção na curva de contaminação do ministro Mandetta estiver certa não haverá necessidade de adiar a eleição”, avaliou Maia.

O deputado ainda lembrou que o ministro Luís Roberto Barroso, que será presidente do Tribunal Superior Eleitoral a partir de maio, se manifestou contrário à ideia.