'Vou dar uma injeção de ânimo na equipe do HGV', promete o novo diretor Gilberto Albuquerque

O médico Gilberto Albuquerque foi escolhido como o novo diretor do Hospital Getúlio Vargas (HGV). Por mais de 10 anos ele esteve a frente do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e sua saída, na época, gerou muita repercussão nas redes sociais.

Muitos criticaram a decisão da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de tirar Gilberto da direção, alegando que o município não poderia abrir mão dos bons serviços prestados pelo doutor na saúde da capital.

Gilberto é reconhecido por ter sido um diretor extremamente dedicado na gestão do HUT, e agora, assume um novo desafio. O médico conversou com o Portal Encarando sobre sua mudança para o HGV.

Carinhosamente, Gilberto comparou o HUT como um filho, e o HGV como uma mãe. E um dos pontos destacados por ele, foi o desânimo dos funcionários em trabalhar no Getúlio Vargas.

Durante a conversa, o novo diretor disse que também espera fazer sua gestão baseada em um ponto de vista técnico, sem interferência política, gerenciando os recursos de forma mais efetiva. Confira abaixo:

O senhor dirigiu o Hospital de Urgência de Teresina por mais de dez anos. O que aconteceu para o senhor aceitar o convite de administrar o maior hospital público do Estado, o Hospital Getúlio Vargas?

Eu fiz meu curso de medicina no HGV, fiz minha primeira especialização, também fiz a segunda, tudo do HGV. Então desde 92 que eu vivo ali pelo HGV, há mais de 15 anos como médico concursado do estado e cirurgião geral. É como se a gente voltasse para casa materna. Aquela casona que cuidou da gente, que criou a gente e tal. O HUT é um filho. Fui eu quem montou o HUT, o primeiro funcionário fui eu. Então existe um motivo emocional muito forte para gente dirigir o HGV. A população precisa, clama, assim vamos dar um upgrade no HGV. Nós estamos juntando várias forças para que a gente consiga fazer isso.

O HUT enfrenta vários problemas para seu funcionamento, como excesso de atendimentos de urgências e outras coisas. O que o senhor espera encontrar de problemas no HGV que possa ser resolvido em sua gestão?

Todos os hospitais do Brasil enfrentam grandes dificuldades, principalmente por recursos e desânimos dos Servidores Públicos. O encarecimento da medicina é uma coisa terrível para se fazer em hospital público. Nós esperamos que gerenciando os recursos de forma mais efetiva, implementando algumas ferramentas de gestão da administração, reanimando a equipe com uma injeção de ânimo, assim como a equipe que nós pretendemos montar sendo muito forte, eu acho que nós teremos sucesso. Vamos dar uma mudada aí na impressão que as pessoas estão tendo do HGV.

O senhor sai da administração de um Hospital Municipal administrado pelo PSDB há anos e vai participar da administração de um Hospital Estadual governado pelo PT também há anos. Faz alguma diferença essa mudança em sua forma de administrar?

Eu sou médico concursado do HUT e do HGV. Então eu tenho um emprego a cumprir no estado e na prefeitura, isso independente do grupo político que esteja no poder. Assim como eu fiz a minha administração no HUT de forma técnica, sem problema nenhum do ponto de vista político, com nenhum dos grupos políticos, seja do estado ou da prefeitura, eu espero a mesma liberdade no HGV. Espero que a gente possa fazer também no HGV uma gestão do ponto de vista técnico. Inclusive foi isso que eu falei para o Presidente da Fundação, que eu posso fazer a parte técnica, a parte política não devo ser bom nisso não. Mas a parte técnica a gente já tem aí uma comprovação da qualidade do trabalho e do Bom desempenho. Então espero fazer o mesmo no HGV.

O senhor tem uma imagem muito boa perante a sociedade piauiense. Se tivesse um bom convite, poderia aceitar se filiar a algum partido e disputar alguma eleição?

Essa história de filiação partidária eu não fiz e não farei. Farei a parte técnica e profissional, somente isso

Qual a previsão para sua posse?

Eu ainda não sei, não definimos. Nós estamos levantando aqui alguns dados, avaliando algumas informações e vendo o que que a gente pode fazer de forma mais breve possível. Mas essa posse deverá ser mais para o final do mês.