Lembra do ex-tenente do Exército, José Ricardo da Silva Neto, acusado de matar a namorada, Iarla Lima Barbosa, em frente a casa noturna Bendito? Foi solto recentemente por um habeas corpus do Supremo Tribunal de Justiça.

Só para lembrar o caso, além de matar Iarla, José Ricardo deixou feridas duas pessoas, dentre elas sua irmã. Os crimes aconteceram sem motivo aparente.

Mesmo com todos esses fatos, a defesa do acusado alegou que a justiça do Piauí não apresentou elementos “concretos” para justificar sua prisão.

Para se ter uma idéia do absurdo da decisão do STJ, no habeas corpus consta que José é apenas uma pessoa “temperamental”. Tadinho, daqui a pouco vão alegar que a Iarla provocou o militar “nervosinho” ao ponto que ele se zangou e foi obrigado matá-la.

“A jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no sentido de que a gravidade em abstrato do delito e a comoção social não são fundamentos aptos a autorizar a prisão preventiva”, afirma outro trecho do habeas corpus.

Deixa eu ver se entendi: o ex-tenente pratica o feminicídio, tenta matar outras duas pessoas e o STJ entende que está tudo bem, pois a acusação da vítima alegou apenas comoção social no processo. Para o Tribunal, matar uma mulher por motivos fúteis é apenas uma gravidade abstrata.

A prisão do acusado foi decretada no dia 30 de janeiro de 2019. Ele estava solto desde fevereiro de 2018, quando passou a cumprir medidas cautelares. Com o habeas corpus, o “temperamental” está totalmente livre, leve e solto para, quem sabe, se lhe fizerem raiva, matar uma jovem de família novamente.

Vai Encarar?