
A Seleção Brasileira Feminina enfrentará o Japão na próxima Data Fifa. O time comandando por Arthur Elias fará dois amistosos contra as japonesas, uma das escolas mais fortes do futebol feminino. Campeãs mundiais em 2011, as adversárias ocupam o quinto lugar no ranking da Fifa após conquistarem o título da She Believes, em fevereiro, vencendo as norte-americanas em casa na final.
O primeiro confronto contra as japonesas será na Neo Química Arena, em São Paulo, no dia 30 de maio. Em seguida, as duas seleções se enfrentam no Estádio Municipal Cicero De Souza Marques, em Bragança Paulista, no dia 2 de junho.
"O nosso próximo compromisso é contra o Japão, uma grande seleção e que mudou de treinador recentemente. Vamos ter duas partidas aqui no Brasil, que é sempre muito positivo para jogarmos em casa. Os dois estádios têm ótimos campos para a gente fazer dois grandes jogos contra uma seleção que vai nos testar de forma diferente do que os Estados Unidos e no mais alto nível, que é o que acredito", afirmou, em entrevista à CBF TV.
“É uma seleção japonesa que vem de ótimos resultados, venceu a She Believes, os três jogos que teve, inclusive a seleção americana, e a Colômbia por um placar elástico na última partida. Com a troca do treinador, também é interessante jogar novamente contra a seleção japonesa, porque sempre traz elementos diferentes entre um trabalho e outro”, acrescentou.
Seleção Feminina enfrentará o Japão em São PauloCRÉDITOS: THAIS MAGALHÃES/CBF
O retrospecto entre as duas seleções é equilibrado. Nos 16 jogos disputados em décadas de rivalidade, foram seis vitórias da Amarelinha, sete derrotas e três empates.
Os dois jogos em São Paulo fazem parte da preparação da Seleção para a disputa da Copa América, em julho. Antes da disputa do torneio continental no Equador, o Brasil jogará também contra a França, outra potência no futebol feminino, no dia 27 de junho. O amistoso será no Estádio dos Alpes e marcará o primeiro confronto entre as duas equipes depois da vitória histórica das brasileiras pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em agosto.
Bia Zaneratto comemora gol sobre o Japão na Neo Química ArenaCRÉDITOS: STAFF IMAGES WOMAN / CBF
Até então, a Seleção nunca tinha vencido as francesas. Gabi Portilho marcou o gol que colocou o Brasil na semifinal da Olimpíada. Antes, o retrospecto era de sete vitórias das Les Bleues e cinco empates.
Os próximos adversários escolhidos seguem a diretriz traçada pela comissão técnica da Seleção de enfrentar grandes adversários durante a preparação da equipe para a disputa da Copa do Mundo Feminina em 2027, que será disputada no Brasil pela primeira vez. No dia 9, as brasileiras fizeram história e venceram, de virada, os Estados Unidos, por 2 a 1, na Califórnia. Foi a primeira vitória das brasileiras na casa das adversárias.
Estádio Municipal Cícero De Souza Marques receberá o amistoso da Seleção Feminina com o Japão no dia 2 de junhoCRÉDITOS: ARI FERREIRA/RED BULL BRAGANTINO
LEIA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA DE ARTHUR ELIAS À CBF TV:
VITÓRIA CONTRA OS ESTADOS UNIDOS
É um jogo sempre muito disputado contra a seleção americana. Infelizmente, a gente sempre teve um retrospecto muito ruim, inclusive comigo, a gente já havia jogado duas finais contra as americanas e não tínhamos conseguido fazer gol, apesar de ter criado chances, principalmente na final dos Jogos Olímpicos. Mas foram partidas equilibradas também.
Na segunda partida, a gente foi mais feliz, eficiente, com uma equipe com bastante controle emocional e bem preparada nos aspectos mental e tático e em como enfrentar uma equipe que também tem feito uma reformulação, todas as seleções tem buscado isso pós-Olimpíadas.
Fiquei bastante satisfeito porque a gente está cada vez mais forte na identidade da nossa Seleção, no entendimento e na execução do nosso modelo de jogo e tem dado certo aquilo que se propõe para cada partida, adversário, o plano estratégico e o plano de jogo.
EVOLUÇÃO DA SELEÇÃO
Claro que sempre nesse nível muito alto, a gente tem problemas, a adversária traz problemas no jogo, cria algumas chances, mas para mim o mais importante é sempre trabalhar para criar mais chances do que o adversário e fazer um jogo ofensivo, um jogo dentro do que eu acredito que é o futebol, um entretenimento e que a gente precisa fazer as coisas acontecerem com intensidade, confiança e qualidade.
Acho que isso a Seleção Brasileira tem mostrado e me agradado. A Seleção Brasileira hoje consegue competir com todas as seleções e vai entrar em campo sempre para vencer, independente de quem é o adversário e onde a gente vai jogar.
Arthur Elias durante partida da Seleção Feminina com os Estados Unidos, em San JoseCRÉDITOS: RAFAEL RIBEIRO/CBF
OBSERVAÇÕES NOS EUA E MÉXICO
Eu e minha comissão técnica passamos em sete clubes, onde a gente conseguiu conversar com os treinadores, as comissões técnicas, o departamento médico, os gestores dos clubes nos Estados Unidos e no México. São clubes que oferecem uma ótima estrutura para as jogadoras que estão no nosso radar para a Seleção Brasileira. Foram 14 atletas que a gente conseguiu observar de perto e conversar com elas.
É um trabalho que a gente sempre tenta encaixar na nossa agenda para ter a aproximação com os clubes, assim como fizemos no Brasil, trazendo as comissões dos clubes para a Granja Comary, também fomos visitar nos Estados Unidos e no México, então é um trabalho que precisa ser contínuo.
Arthur Elias e sua comissão técnica realizaram visitas a clubes dos Estados Unidos e do MéxicoCRÉDITOS: RAFAEL RIBEIRO/CBF
PREPARAÇÃO PARA A COPA AMÉRICA
É uma preparação excelente porque fizemos um período de treinamento na Granja, dois jogos contra os Estados Unidos e agora vamos ter contra o Japão, em casa, diante da nossa torcida. Depois vamos enfrentar a França, novamente na França.
Esse contexto de enfrentar grandes equipes, ora aqui com o nosso torcedor, recebendo esse calor e divulgando o trabalho das atletas da Seleção Brasileira, que precisam ser cada vez mais conhecidas e reconhecidas por tudo que tem feito, e até para a Copa do Mundo, que é uma missão importante nossa, trazer o torcedor a se identificar cada vez mais com a Seleção Feminina.
E jogar fora com jogos difíceis, sob pressão, com um torcedor adversário, contra grandes seleções vai trazer experiência para esse grupo, em que a gente tem muitas jogadoras jovens, mas que tem entendido e jogado com muita personalidade.
A preparação vai ser ótima. Depois do jogo contra a França, a gente ainda vai ter um período na Granja. Da Granja, a gente viaja para o Equador para iniciar a Copa América, que nós temos como objetivo novamente vencer.