O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), sancionou uma lei que proíbe a divulgação, por influenciadores digitais, de qualquer jogo comercializado por pessoas físicas e jurídicas de jogos de azar ou cassinos on-line disponibilizados por Plataformas Estrangeiras.
A lei atinge diretamente o Fortune Tiger, ou 'Jogo do Tigre', que foi alvo de uma operação da Polícia Civil, no dia 26 de setembro, que investiga como influenciadores digitais estariam ganhando dinheiro ao apoiar e divulgar o game, que é considerado jogo de azar ilegal no Brasil.
O Projeto de Lei foi decretado pela Assembleia Legislativa do Maranhão e é de autoria do deputado estadual Dr. Yglésio. Após sancionar a lei, de Nº 12.099, fico estabelecido:
- A proibição de divulgação de jogos de azar, disponibilizados por Plataformas Estrangeiras, por pessoas físicas e jurídicas, na rede mundial de computadores, bem como por outros meios de publicidade tal como, outdoors, comerciais televisivos, busdoor, panfletos, rádio e livretos, no Estado do Maranhão.
- O descumprimento acarretará sanção administrativa com aplicação de multa variável entre R$ 10 mil e R$ 1 milhão, a ser aplicado conforme conteúdo divulgado no perfil ou página.
- A vedação será inserida nas campanhas de divulgação das ações do Estado.
- O Poder Executivo regulamentará a Lei para garantir sua aplicação e fiscalização
O que é o Fortune Tiger
Fortune Tiger é um jogo de cassino online do tipo caça níquel, que promete ganhos em dinheiro. Porém, como a maioria dos jogos de azar, as pessoas tendem a perder dinheiro na plataforma. Por ser um cassino, por si só, é considerado ilegal no Brasil.
Além disso, segundo a polícia, o sistema do 'Fortune Tiger' é hospedado fora do país e não possui registro ou representantes no Brasil.
No Brasil, o chamado 'Jogo do Tigrinho' ficou famoso principalmente devido à extensa campanha que incluiu muitos influenciadores digitais e jogadores que compartilham suas 'táticas'.
Câmara também discute a regulamentação de apostas
Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou, no dia 13 de setembro, o projeto que regulamenta o mercado de apostas esportivas e apostas online, como cassinos virtuais.
O texto, que segue para votação do Senado, é uma das propostas do Ministério da Fazenda para aumentar a arrecadação e estabelece tributação a prêmios e casas de apostas, taxa de operação e regras para publicidade do setor. Dentre os pré-requisitos, está a obrigação de a empresa de apostas ter sede no país e ser constituída no Brasil.
Influenciadora no MA é investigada
Skarllete Mello é conhecida por divulgar o Fortune Tiger, ou 'Jogo do Tigre', que é considerado ilegal — Foto: Reprodução/Redes sociais
Em operação, no dia 26 de setembro, a Polícia Civil apreendeu bens ligados à influenciadora digital Skarlete Mello, pois estaria colaborando para o Fortune Tiger, ou 'Jogo do Tigre' Foram apreendidas três motocicletas, quatro carros, incluindo dois veículos de luxo, um jet-ski, e a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 8 milhões em conta bancária.
A operação foi liderada pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), por meio do Departamento de Combate ao Crime Organizado. Durante as investigações, os policiais descobriram que há um suposto esquema em torno do jogo online 'Fortune Tiger', no qual Skarlete ganharia dinheiro divulgando o game em suas redes sociais.
Skarlete Melo ostenta riqueza nas redes sociais. BMW foi apreendida na operação — Foto: Reprodução/Redes sociais
No Instagram, Skarlete tem mais de 300 mil seguidores, ostenta riqueza e faz questão de divulgar o jogo, no qual ela diz que 'Joga quem quer'. Também existem divulgações de vários jogos considerados 'de azar'.
No entanto, o chamado 'Jogo do Tigre' é ilegal, segundo a polícia, e também não possui autorização para atuar no Brasil.
"Recebemos denúncia de pessoas sendo remuneradas para estimular os consumidores a acessar jogos online que oferecem serviços não autorizados. Daí, quando você convida alguém para participar, você ajuda a impulsionar o engajamento em uma plataforma ilegal, e eventualmente pode ter participação na ilegalidade. Um indicativo é que os influenciadores são pagos", afirmou o superintendente da SEIC, Augusto Barros.