As prisões de duas pessoas nesta quinta-feira (9) pela Polícia Federal no Rio de Janeiro relacionadas ao caso Marielle-Anderson são fruto da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que fechou acordo com a força-tarefa que investiga o crime e apontou os mandantes.
Lessa, réu confesso por matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, está detido na Penitenciária Federal em Campo Grande (MS) e decidiu colaborar com as investigações após seis anos.
As novas prisões também são pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O inquérito da PF foi enviado à PGR em 24 de março deste ano.
Além de apontar quem seriam os mandantes, Lessa, na delação, também informou à PF e ao Ministério Público do Rio outros elos do esquema, que culminaram nas prisões, hoje, de Robson Calixto da Fonseca, conhecido como “Peixe”, assessor de Domingos Brazão, e do policial militar Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como Major Ronald, apontado pela PF como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio.
Em março, quando a PF e o MP prenderam os irmãos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do estado Rivaldo Barbosa, a Procuradoria-Geral da República destacou o elo com “Peixe”.
“Ainda acerca das negociações para os homicídios, Lessa pontuou que o primeiro encontro com Domingos Inácio Brazão e Chiquinho Brazão se deu por intermediação de Robson Calixto Fonseca, vulgo Peixe, além de Macalé. A versão foi verificada pelo cruzamento de dados de ERB do terminal de Macalé com os locais apontados por Ronnie, como se vê dos dados condensados.”
A PGR ainda apontou que Robson Calixto foi assessor de Domingos Brazão na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e continuou a assessorá-lo no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.
O relatório da Polícia Federal também aponta a ligação do major Ronald, como alguém que vigiou Marielle Franco, com base nas localizações e agendas nos mesmos locais.
Fonte: CNN