Segundo relatório da Polícia Federal (PF), Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi monitorado por aliados e membros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
A instituição investigou o planejamento de um golpe de Estado que destituiria o presidente eleito nas eleições gerais de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, além de ministro do STF, Moraes presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Chamado pelo codinome “professora” em mensagens de texto trocadas entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-assessor parlamentar Marcelo Câmara, o ministro teria sido monitorado até janeiro de 2023, quando aconteceu a posse de Lula.
“As expectativas dos investigados em obter êxito na referida empreitada criminosa permaneceu durante o mês de dezembro, adentrando, inclusive, em janeiro de 2023, já durante o mandato do atual Presidente da República”, diz o relatório.
Em mensagens trocadas no dia 24 de dezembro de 2022 por WhatsApp, Cid pergunta “Onde a professora está?”, ao que Marcelo Câmara responde que irá verificar, confirmando que o ministro estaria em São Paulo. “Volta dia 31 a noite para posse”, escreveu o ex-assessor.
Os dados de monitoramento eram enviados por Câmara, que assessorava o ex-presidente Jair Bolsonaro na época. De acordo com a PF, dados da agenda de Moraes chegaram a ser enviados quando o assessor estava no Palácio da Alvorada.
A Polícia Federal concluiu que se tratava de Moraes após comparar os voos feitos pelo ministro entre 14/12/2022 e 31/12/2022 com as datas e horários que Cid questionava sobre onde a “professora” estaria.
Os voos aconteciam entre São Paulo e Brasília.