BRASÕLIA, DF (FOLHAPRESS) - O delegado da PolÌcia Federal Sandro Avelar será o novo secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele assumirá o cargo após o fim da intervenção federal na área de segurança, prevista para 31 de janeiro.
Avelar já ocupou o cargo durante o governo de Agnelo Queiroz (PT), entre 2011 e 2014. Ele deixou o posto no fim da gestão petista no DF para concorrer a deputado federal pelo MDB, mas não se elegeu.
Policial federal é anunciado como secretário de Segurança do DF
Em 2021, Avelar foi nomeado diretor-executivo da Polícia Federal, o segundo cargo na hierarquia da corporação.
A governadora em exercÌcio, Celina (PP), buscou o aval do governo federal para a escolha.
Na segunda-feira (23), Dino teve uma reunião com Celina, em que ela apresentou nomes como possíveis futuros secretários. Além de Avelar, foi mencionado o nome de Julio Danilo, que também já chefiou a pasta no DF e foi responsável pelo plano de segurança distrital para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com interlocutores, na reunião Celina pediu ao ministro da Justiça que indicasse seu preferido. Dino, ainda de acordo com relatos, afirmou que a decisão cabia a governadora.
Celina pretendia nomear alguém escolhido pelo próprio governo Lula, para evitar se indispor com o Executivo Federal.
A governadora em exercício assumiu o cargo interinamente após o afastamento do governador eleito no pleito de 2022, Ibaneis Rocha (MDB). Ele foi retirado do cargo por 90 dias após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, na sequÍncia dos atos golpistas de 8 de janeiro.
A harmonia com o governo federal foi a tónica do curto discurso de Celina para anunciar a escolha Avelar. "O momento exige espírito de colaboração do governo distrital com o federal. Desde o primeiro dia há um espírito de colaboração. [O interventor federal Ricardo] Capelli tem sido de eleg‚ncia e gentileza com nós o tempo todo", disse.
O interventor federal foi na mesma linha. "O governo desde o primeiro momento da intervenção teve postura colaborativa", apontou.
Segundo Celina, o anúncio foi feito nesta quarta-feira (25), uma semana antes do fim da intervenção, para que Avelar possa se inteirar do plano de segurança do DF para o dia 1 de fevereiro --dia da posse das novas legislaturas no Congresso e a abertura do ano no Judiciário.
De acordo com Capelli, tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como a presidente do STF, ministra Rosa Weber, pediram uma atenção especial da segurança pública do DF para a ocasião.
"Não há nada alarmante apontado [para o dia 1 de fevereiro], mas a gente já está com plano pronto e marcou para o dia 30, às 17h, repassar e bater informações de inteligência", acrescentou.
O interventor explicou ainda que a ideia é repetir o que foi feito no dia 11 de janeiro, quando houve ameaça de novos protestos em BrasÌlia.
Além do plano de segurança para o início de fevereiro, Capelli trabalha no relatório da intervenção que será apresentado ao ministro da Justiça e a Moraes.
A ideia é tentar entregar o relatório ainda nesta quarta, mas ele pode ser finalizado só quinta-feira (26) de manhã.