Brasil registra aumento de internações de crianças por vírus respiratórios

O mais recente Boletim do InfoGripe da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (4), mostra redução do Sars-CoV-2 (Covid-19) em várias unidades federativas, predominante na população adulta. Contudo, no quadro geral, o estudo mostra o crescimento do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) entre crianças, situação que traz preocupação pelo aumento de internações.

Nas últimas quatro semanas, o VSR foi responsável por 48,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo, enquanto o Sars-CoV-2 foi identificado em 29,5%, segundo dados da Fiocruz. O estudo é referente à Semana Epidemiológica (SE) 16, período de 16 a 22 de abril.

"Entre a população adulta, embora o Sars-CoV-2 mantenha-se predominante, já se observa sinal de redução do impacto desse vírus. Em contrapartida, é possível observar aumento recente nos casos associados aos vírus influenza A e B em diversos estados. Já nos pequenos (crianças até 2 anos de idade), o vírus sincicial respiratório segue gerando um volume muito grande de internações em todo o país, superando inclusive os casos notificados de SRAG por Covid-19 que afeta todas as idades", destaca o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.  

Situação dos estados

Dados da Fiocruz mostram que na Bahia, no Ceará, no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, foi observado o aumento de SRAG em diferentes faixas etárias. No Espirito Santo, no Maranhão, no Pará, na Paraíba, no Rio Grande do Norte, em Rondônia e em Sergipe, o InfoGripe observou sinal de aumento de SRAG concentrado fundamentalmente no público infantil, na maioria desses estados decorrente do VSR. No Acre, em Alagoas e no Tocantins, o sinal ainda é compatível com oscilação em período de baixa atividade

"Embora para o VSR ainda não tenhamos vacina disponível, levar às crianças para tomar as vacinas contra a gripe e contra a Covid-19 reduz a chance das crianças terem problemas respiratórios por esses outros vírus que também são perigosos. Isso diminui a própria exposição das nossas crianças ao sincicial nos hospitais e postos de saúde", ressaltou o pesquisador Marcelo Gomes.