Hospital Infantil Lucídio Portella passa a realizar cirurgias de escoliose

O Hospital Infantil Lucídio Portella (HILP), em Teresina, iniciou um novo serviço especializado para a população piauiense. Desde setembro, a unidade de saúde estabeleceu um novo fluxo para a realização de cirurgias de escoliose em crianças e adolescentes menores de 16 anos.

A implantação do serviço é uma ação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) para dar mais agilidade ao atendimento das cirurgias eletivas. A escoliose é uma condição que provoca uma curvatura anormal na coluna vertebral e geralmente se torna mais evidente durante o crescimento acelerado na adolescência.

“Em setembro, tivemos a realização de seis cirurgias e temos programadas outras, de acordo com o tempo de espera dos pacientes que aguardam por esse tipo de tratamento”, destaca Samuel Machado, coordenador da Linha de Cuidado ao Trauma.

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Uma das pacientes já beneficiadas é Maria Eloisy, de 15 anos. Natural da cidade de Batalha, ela passou por uma cirurgia há 20 dias para a correção de uma escoliose diagnosticada quando tinha apenas 9 anos. O problema foi identificado após a mãe da jovem, Solange Pereira, perceber sinais de assimetria em sua postura, como um ombro mais elevado que o outro e uma das pernas aparentemente mais curta.

Preocupada com o desenvolvimento da filha, Solange procurou um ortopedista, que recomendou o uso de um colete corretivo. Maria Eloisy usou o colete diariamente por oito meses, tirando-o apenas para tomar banho. No entanto, devido à pandemia de Covid-19, as consultas médicas foram interrompidas e o crescimento de Maria fez com que o colete se tornasse inadequado.

“Com a pandemia, ficamos dois anos sem conseguir falar com o médico, e o colete já estava pequeno e incomodando. Foi então que procurei outra médica, que disse que seria necessário um procedimento cirúrgico”, relata Solange. A família encontrou apoio no Hospital Infantil Lucídio Portella.

A cirurgia de escoliose é necessária para curvas graves na coluna. A indicação para a realização do procedimento depende da magnitude e da localização dessa curva, além da idade do paciente. Na escoliose idiopática do adolescente, a cirurgia comumente é indicada para curvas maiores que 45 a 50 graus com falha no tratamento clínico.

O principal benefício da cirurgia de escoliose é prevenir problemas cardíacos e pulmonares decorrentes da deformidade da coluna, além da melhora estética.

Mais de 20 dias após o procedimento, Maria Eloisy se recupera bem e, segundo sua mãe, não apresenta dores. “Estou muito satisfeita com os resultados. Ela tem respondido muito bem e já apresenta uma postura melhor. Quero agradecer à equipe do hospital, que nos tratou com muito carinho e profissionalismo, desde o assistente social até o pessoal da recepção. A recuperação da Eloisy está sendo um sucesso, graças a Deus”, declara emocionada.

Samuel Machado Martins, cirurgião ortopédico especialista em coluna e responsável pela cirurgia de Maria Eloisy, explica que a escoliose, embora muitas vezes bloqueada durante a adolescência, pode ser resolvida mais cedo, como no caso da paciente. Ele destaca a importância da observação de sinais clínicos por parte dos pais e professores, como a altura desigual dos ombros ou a presença de uma curvatura anormal, conhecida como giba.

“O diagnóstico precoce é crucial para evitar cirurgias desnecessárias. Em muitos casos, o uso de coletes e fisioterapia pode resolver o problema, evitando a progressão da curvatura. No entanto, quando a condição evolui para um grau mais severo, como no caso da Maria Eloisy, a cirurgia é necessária”, explica o médico, ressaltando que o Hospital Infantil Lucídio Portella está consolidando sua posição como um centro de referência para cirurgias de escoliose em crianças e adolescentes de até 16 anos.