Mãe teria dirigido com filho e marido mortos antes de ser assassinada, diz polícia

Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24 anos, filha do casal, e a namorada dela, Carina Ramos, 26, foram presas na noite desta quarta-feira (29), por suspeita de envolvimento no crime, por determinação da Justiça.

Flaviana teria sido morta da mesma forma, mas não na residência, já que depois que o veículo da família, um Jeep Compass, não voltou mais ao condomínio. Segundo disse o porteiro à polícia, o Fiat Palio de Ana Flávia passou pela portaria instante antes.

O casal e o filho adolescente foram achados carbonizados no carro da família, no limite entre São Bernardo e Santo André, na madrugada de terça. O carro foi queimado.

Segundo a polícia, pai e filho foram mortos com pancadas no lado direito da cabeça, dentro da casa onde moravam no condomínio Morada Verde, em Santo André.

A causa da morte dos três, segundo laudo preliminar do Instituto Médico Legal, foi traumatismo cranioencefálico. Os corpos, de acordo com a polícia, foram identificados pelas arcadas dentárias.

Segundo câmeras de monitoramento, o carro de Ana Flávia entra e sai do condomínio três vezes, entre 18h16 e 22h12 de segunda-feira (27).

Neste meio tempo, às 20h09, ainda segundo as imagens, Carina entra a pé no local, usando um moletom com capuz. “Chamou a atenção ela usar essa roupa, pois estava muito quente neste dia”, frisou o seccional.

Uma testemunha afirmou à polícia que antes de Flaviana chegar em casa com o Jeep, às 22h36, um homem, de aproximadamente 1,90 metro de altura, foi visto com as duas suspeitas.
O assassinato de pai e filho, ainda segundo a polícia, ocorreu pouco antes de o empresário preparar o jantar. “Havia frango ao lado de uma panela com óleo quente”, disse o delegado Paul Henry Bozon, que coordena as investigações.

A polícia afirmou que Flaviana foi provavelmente rendida e obrigada a dirigir o carro com os corpos do filho e marido no interior. A investigação agora tenta descobrir se a mulher foi sequestrada antes de chegar em casa, ou quando chegou ao local, após sair do trabalho em um shopping de Santo André.

O delegado Bozon acrescentou que foram encontradas marcas de sangue na região dos joelhos e na altura do zíper de uma calça de Ana Flávia, que havia sido lavada. A identificação ocorreu mediante o uso de luminal (substância que indica a presença de sangue que não pode ser visto a olho nu).

“Este crime foi feito com extrema crueldade e foi premeditado”, afirmou Bozon.

Fonte: Folhapress