Integrantes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) investigam o vazamento de informações sobre a operação Primus, deflagrada segunda-feira (11) contra desvio de recursos do município de Baixa Grande do Ribeiro (a 583 km de Teresina).
A operação era para cumprir três mandados de prisão e 41 de busca e apreensão. Os três alvos da operação conseguiram fugir e não foram localizados. Entre os investigados está ex-gestores do município de Baixa Grande do Ribeiro, empresários e funcionário público. A organização criminosa usava empresa laranja para contratação de serviços de limpeza e até construção de ponte.
As investigações apontaram que uma empresa licitada para construir uma ponte, recebeu o pagamento pela obra 15 dias após ser contratada e não executou a obra. A informação foi repassada na manhã de hoje durante entrevista coletiva concedida pelos membros do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
“O que podemos afirmar é que algumas empresas não executaram as obras, teve um empresa contratada para fazer uma ponte e recebeu o pagamento dessa ponte em 15 dias, o pagamento, subtendesse que o objeto foi entregue”, informou o coordenador do Gaeco, promotor Claudio Soeiro.
Segundo a Polícia, o grupo agia em conluio para fraudar licitações no município, usando empresas de fachada que eram contratadas com sobrepreço pela gestão municipal. Mesmo sem executar os serviços, as empresas recebiam o pagamento e repassavam para as contas bancárias de empresários, políticos e seus familiares.
"Se tratava de contratações de empresas de fachada, empresas que não tinham capacidade de executar o serviço contratado, não tinham empregados, não tinham veículos, as sedes eram residências dos próprios empresários, não tinha nenhum aspecto de empresa e à medida que eles eram contratados eles recebiam os pagamentos e esses pagamentos eram distribuídos, ou para o sócio da empresa, ou também para o grupo de políticos que se beneficiavam desses recursos. Haviam uma simulação de que o objeto foi cumprido pelas aquelas empresas, mas as empresas não tinham a menor condição de cumprir”, disse o promotor Claudio Soeiro.
Durante o cumprimento dos 41 mandados de busca e apreensão, foram apreendidos dispositivos eletrônicos como celulares, notebooks, HDs, CDs e pen drives, documentos, que ajudarão a mensurar a quantidade total de recursos desviados pela investigação criminosa e uma arma.
Além disso, uma quantia em dinheiro de R$ 210 mil foi apreendida em uma empresa investigada, localizada na cidade de Campo Alegre de Lurdes (BA) e em um posto de combustível, também alvo das investigações.
O operação também gerou três mandados de prisão preventiva contra um ex-gestor, um empresário e a uma pessoa com foro privilegiado, mas ninguém foi preso. O nome dos envolvidos não foram divulgados por conta das investigações ocorrerem em segredo de Justiça.
As investigações da Operação Primus, que já duram há cerca de um ano, foram desencadeadas após denúncias e análises de relatórios técnicos produzidos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Também foi apontado que o esquema criminoso ocorrida desde 2013 e somente com a finalização do inquérito, todo o montante desviado pela organizaçõa criminosa será contabilizado.