Pesquisa Ipec: Lula e Bolsonaro empatam no voto evangélico

O voto evangélico para as eleições de 2022 está bem dividido entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), mostra pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira, 14. No cenário mais amplo, o petista aparece com 34% das intenções de voto entre esse grupo de denominações religiosas, enquanto o atual mandatário do Executivo figura um ponto abaixo, com 33%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Desse modo, na prática, ambos saem empatados na disputa por essa parcela da sociedade. 

O voto religioso conservador tem sido apontado como relevante na projeção nacional das eleições do ano que vem. Após ter sido eleito com apoio expressivo desse grupo, o presidente Bolsonaro tenta fortalecer a aliança. Uma de suas promessas de campanha, cumprida este ano, era indicar o "terrivelmente evangélico" André Mendonça para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF)

Lula e Bolsonaro
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro dividem o voto evangélico para 2022, segundo Ipec.  Foto: Amanda Perobelli/REUTERS e Dida Sampaio/ESTADÃO

Entretanto, no cenário amplo, o presidente perde não apenas entre esse grupo, mas também em outras denominações. Entre os católicos, o ex-presidente Lula também sai à frente: ele tem 54% das intenções de voto, ante 16% de Bolsonaro. Na categoria que engloba outras religiões, o petista tem 51% e Bolsonaro, 16%. 

A pesquisa revela ainda as dissonâncias enfrentadas pelos pré-candidatos entre diferentes setores da sociedade. O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) chega a 11% das intenções de voto na região Sul, mas não alcança 3% no Nordeste. Ele tem 9% dos eleitores entre 45 e 54 anos, mas não passa de 4% entre aqueles de 16 a 34 anos. 8% dos que possuem ensino superior pretendem votar no ex-juiz. Já moradores da periferia são a metade, 4%. 

Lula tem melhor desempenho entre eleitores de 16 a 24 anos (52%), com ensino fundamental (55%), no Nordeste (63%), com renda familiar de até um salário mínimo (57%). O resultado é menos animador para o petista entre cidadãos com ensino superior (40%), da região Sul (35%) e com renda familiar acima de 5 salários mínimos (32%).

Já Bolsonaro tem melhor desempenho entre eleitores homens (23%), de 35 a 44 anos (25%), com ensino superior (25%), das regiões Norte e Centro-Oeste (27%), com renda acima de 5 salários (30%) e que se declaram brancos (25%). O pior resultado é constatado entre mulheres (19%), com ensino fundamental (18%), no Nordeste (15%) e nas periferias (16%).

Fonte: site Estadão