Lula se reúne na residência da Câmara com Arthur Lira em Brasília

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na manhã desta quarta-feira (9) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin também participou.

O encontro aconteceu na residência oficial da Câmara, localizada na Península dos Ministros, área nobre de Brasília.

Esta é a primeira visita de Lula a Brasília desde que venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral. Um dos líderes do Centrão, Arthur Lira apoiou a reeleição de Bolsonaro e, conforme o jornal "O Globo", buscará se reeleger presidente da Câmara no ano que vem.

A agenda do presidente eleito também deve incluir encontros com os presidentes do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

Antes do encontro com Lira, Lula postou a seguinte mensagem em uma rede social: "Estamos empenhados na construção de um futuro melhor para todos os brasileiros e brasileiras, com muita democracia. Hoje estou em Brasília. Bom dia."

Também participaram da reunião com Lira os deputados José Guimarães (PT-CE), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, além do ex-ministro Aloizio Mercadante.

Estabilidade institucional

Lula fará em Brasília uma agenda em busca da estabilidade institucional, movimento que tem sido chamado internamente de "reconstrução nacional", em razão das polêmicas em que Bolsonaro se envolveu com os demais poderes nos últimos anos.

Paralelamente aos encontros de Lula, a equipe de transição de governo, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) já começou a ser anunciada. Os trabalhos vão ser feitos na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília.

Auxílio Brasil de R$ 600

O encontro de Lula com Arthur Lira também acontece em meio à definição, pela equipe de transição, sobre qual modelo de proposta será apresentado para garantir que o Auxílio Brasil continue em R$ 600 ano que vem.

Até então, o pagamento era de R$ 400. Às vésperas das eleições, o governo Jair Bolsonaro e o Congresso aprovaram o aumento para R$ 600, mas somente até dezembro deste ano. Durante a campanha, Lula disse que, se eleito, manteria o valor de R$ 600.

Lula quer ouvir líderes políticos antes de definir se, quando assumir o governo, editará uma medida provisória ou enviará uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir o valor de R$ 600, despesa que deve ficar fora da regra do teto de gastos.

Isso porque a aprovação de PECs exige negociação maior por parte do governo.Uma proposta de emenda à Constituição deve ser submetida a dois turnos de votação na Câmara dos Deputados e a mais dois turnos no Senado. Além disso, nas quatro votações, a PEC precisa do apoio mínimo de três quintos dos parlamentares (308 dos 513 deputados; 49 dos 81 senadores).