A Câmara do Rio de Janeiro decidiu nesta quinta-feira (18) cassar por, 48 votos a 2, o mandato do vereador Gabriel Monteiro (PL), 28, por quebra de decoro parlamentar. Para a aprovação eram necessários votos de dois terços dos vereadores (34 votos).
Na semana passada, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa já havia aprovado por unanimidade o parecer pela cassação.
Eleito em 2020, o ex-policial militar e youtuber é investigado sob suspeita de praticar sexo com uma adolescente e de forjar vídeos para seu canal no YouTube. Em junho, foi denunciado por suspeita de assédio e importunação sexual contra uma ex-assessora de seu gabinete.
Seis horas após o início da sessão, Monteiro usou o tempo reservado à defesa para afirmar que não há laudo que comprove que ele estuprou alguém. Ele também afirmou que não pode ser acusado apenas a partir do depoimento de uma vítima.
Ele chegou a reproduzir um áudio que disse ter sido enviado por uma vítima no qual os dois teriam conversado, mas o conteúdo era inaudível.
"Infelizmente, algumas causas tão sérias estão sendo banalizadas para me atacar. Poucas pessoas daqui me conhecem de fato. Meus ex-assessores estão aqui falando, gritando, mas no íntimo deles eles sabem que não sou pedófilo ou estuprador. Eu me tornei estuprador sem laudo, apenas com relatos de ter ficado com uma pessoa anos depois. Isso é justo senhores?", questionou na tribuna.
Sandro Figueiredo, advogado de defesa do parlamentar, criticou o processo conduzido pelo órgão e questionou a credibilidade das testemunhas de acusação. Ele afirmou que o vereador Chico Alencar (PSOL), relator do caso, conduziu o processo administrativo de forma excepcional.