Após pressão de familiares, Michel Temer desiste de apoiar Bolsonaro

O ex-presidente Michel Temer (MDB) desistiu de apoiar oficialmente o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial.

Em nota, Temer diz que aplaudirá a candidatura que "defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, manter as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país".

As filhas de Temer ficaram insatisfeitas com encontro que pai teria no fim de semana com Bolsonaro para declarar apoio a ele —o MDB liberou seus diretórios a decidir quem apoiar e o de São Paulo foi com Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do bolsonarismo que conta com o apoio do ex-presidente.

Temer ensaiava uma aproximação com o PT, mas a operação acabou suspensa após Lula afirmar no debate da Globo que o ex-presidente era "golpista".

Havia a expectativa de que o emedebista anunciaria, até o fim da semana, o seu apoio a Bolsonaro. Temer foi vice-presidente de Dilma Rousseff e assumiu a chefia do Executivo após o impeachment da petista em 2016.

Três anos depois, Temer disse durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, nunca ter apoiado o “golpe”, forma como apoiadores de Dilma classificam o impeachment.

Em agosto deste ano, em entrevista ao Jornal Nacional antes do primeiro turno, Lula citou Temer em tom elogioso.

O petista falou sobre a atuação do emedebista como presidente da Câmara quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi presidente.

“Quando o Fernando Henrique Cardoso teve o segundo mandato, ele mandou medidas para poder evitar que o Brasil quebrasse, e ele tinha como presidente Câmara o Temer, que ajudou a aprovar as coisas, não trabalhou contra”, disse.

O MDB, partido de Temer, liberou nesta quarta (5) os diretórios estaduais a apoiarem o ex-presidente Lula (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial.

No primeiro turno, o partido teve a senadora Simone Tebet como candidata a presidente. A senadora obteve 4,9 milhões de votos (4,1%). Também na quinta, Tebet anunciou apoio a Lula.