Em uma edição extra do "Diário Oficial da União" publicada nesta quinta-feira (1º), foi divulgada a indicação do advogado Cristiano Zanin para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A nomeação foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e caso seja aprovada pelo Senado, Zanin ocupará a posição deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Cristiano Zanin é conhecido por ter atuado como advogado pessoal do ex-presidente Lula. Sua sabatina no Senado ainda não tem uma data definida. De acordo com as atuais regras de aposentadoria do STF, os ministros deixam o cargo compulsoriamente ao completarem 75 anos de idade, o que significa que, se aprovado, Zanin poderá atuar na Corte até o ano de 2050.

"Eu acho que todo mundo esperava que eu fosse indicar o Zanin, não só pelo papel que ele teve na minha defesa, mas simplesmente porque eu acho que o Zanin se transformará num grande ministro da Suprema Corte desse país", afirmou o presidente Lula.

Com 47 anos de idade, Zanin nasceu em Piracicaba (SP) e formou-se em direito pela PUC de São Paulo. Ele é especialista em litígios estratégicos e decisivos, tanto empresariais quanto criminais, em âmbito nacional e transacional. Embora não seja especialista em direito penal, Zanin tem defendido Lula em processos criminais desde 2013, tendo suas condenações anuladas pelo STF por meio de recursos assinados por ele.

O advogado mantém um escritório com sedes em São Paulo e Brasília, onde trabalha em parceria com sua esposa, Valeska Teixeira Zanin Martins. Valeska é filha de Roberto Teixeira, membro fundador do PT e também advogado de Lula nos últimos anos. O escritório de Zanin e Valeska se destaca por sua especialização no enfrentamento do chamado "lawfare", uma forma ilegítima de uso do Direito que visa obter resultados políticos, geopolíticos, econômicos e militares.

Em setembro de 2020, durante um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, Cristiano Zanin foi apontado como suposto líder de um esquema de fraudes no Sistema S (Senac, Sesi e Senai). O juiz Marcelo Bretas chegou a determinar uma operação de busca e apreensão na casa de Zanin, porém, as diligências foram posteriormente anuladas pelo STF.

A indicação de Cristiano Zanin para o STF gera debates e discussões sobre sua capacidade de atuar como ministro da mais alta corte do país, levando em consideração sua trajetória como advogado de defesa e suas conexões políticas. Agora, cabe ao Senado avaliar sua indicação e decidir sobre sua aprovação.