
Mesmo com o chamamento de um grande número de agentes públicos, o governo não consegue devolver à população a sensação de segurança. Depois de ter acertado no combate ao furto e à receptação de celulares, a nova aposta da Segurança foi enfrentar o “grau” — prática perigosa e comum entre jovens, malvista pela mídia e pela turma da meia-idade pra cima. Uma estratégia que rende visibilidade e agrada ao eleitorado, por isso acabou envolvendo o governo inteiro. Enquanto isso, os assaltos à mão armada voltaram a tomar conta das ruas, as mortes por disputa entre facções seguem sem controle, e a sensação de impunidade só aumenta. A segurança pública de Rafael Fonteles, enquanto continuar sendo usada como estratégia midiática, e não como política de Estado, vai seguir cobrindo um santo e descobrindo o outro. Podem investir o quanto for — do jeito que está, estão agindo errado.
Tiago Junqueira é forte com Bolsonaro e PL, mas Mainha é caldo de peteca

O presidente do PL no Piauí, Tiago Junqueira, já mostrou que tem força junto à cúpula nacional do partido, tanto com Valdemar da Costa Neto quanto com o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é próximo nos momentos bons e ruins. Tiago tem feito parte do núcleo de articulação para a aprovação da anistia dos atos de 8 de janeiro no Congresso Nacional. Ontem mesmo, ele estava no meio da multidão na Avenida Paulista , ao lado de milhares de brasileiros que pedem anistia e Bolsonaro na disputa de 2026. No Piauí, Tiago tenta organizar a sigla do capitão, mas a notícia de uma possível candidatura ao governo do ex-deputado Mainha — ex-auxiliar de Rafael Fonteles, velho carregador de mala do PT e conhecido pela falta de competitividade nas urnas — pode espantar os liberais que querem fortalecer a bandeira do PL no estado. Na política, Mainha é conhecido como caldo de peteca: ralo e sem sustança.
Governo do Estado vendeu a Agespisa em Teresina e lavou as mãos.

O Governo do Estado, que tinha a concessão municipal da água e do saneamento em Teresina, recebeu carta branca da capital até na hora de vender a Agespisa para a Águas de Teresina. Desde então, tem fugido completamente do debate sobre o péssimo serviço prestado pela empresa: falhas constantes no abastecimento, tarifas nas alturas e obras que atrapalham o direito de ir e vir da população. Na discussão travada na Câmara Municipal, o governo de Rafael Fonteles tem feito vista grossa ao problema, e a bancada de vereadores do PT faz de conta que não é com eles — estão no papel de João sem braço. Quem tem cobrado respostas com firmeza é o vereador Pedro Alcântara, do Progressistas.
Ciro seria o vice se Bolsonaro for anistiado para 2026.

Hoje, não se cogita outro nome para vice de Bolsonaro em 2026, caso a anistia avance, que não seja o do senador piauiense Ciro Nogueira. Com a aproximação da federação entre Progressistas e União Brasil, Ciro surge como um nome nordestino forte, com alta capacidade de articulação política, superando inclusive outros nomes já ventilados, como ACM Neto, da Bahia, e Ronaldo Caiado, de Goiás — que já botou o bloco na rua na disputa presidencial. Ciro se fortalece ainda mais com a anistia de Bolsonaro. Mas, se outro nome acabar representando o “capitão” na corrida presidencial, Nogueira deixa de ser a primeira opção de vice — e volta ao jogo de outra forma.
Semana movimentada na Câmara Municipal

A semana promete ser movimentada na Câmara Municipal de Teresina. Com o afastamento do vereador Zé Neto, que assumiu a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), quem toma posse é Teresinha Medeiros. Ao mesmo tempo, segue em destaque o caso da vereadora Tatiana Medeiros, que continua presa por envolvimento com facções criminosas. A quebra do sigilo telefônico da investigação trouxe novos desdobramentos. Prints divulgados pela Polícia Federal no fim de semana colocam Tatiana ainda mais próxima do crime organizado. Em um dos trechos, um líder de facção afirma ter investido R$ 1 milhão na campanha da parlamentar e garante que tinha representação dentro da Câmara. Nos bastidores da polícia, corre também a informação de que outro vereador da capital estaria na mira da Justiça Eleitoral. Pelo menos uma busca e apreensão já estaria endereçada, com indícios semelhantes aos que levaram à prisão de Tatiana Medeiros. Agora, é esperar os próximos capítulos dessa bronca pesada.
Na Parnaíba, o “novo Francisco” vira governo de parentes

O prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel, eleito com o título de “novo Francisco” por Mão Santa e seu grupo político, decidiu romper com seus padrinhos de campanha. A movimentação teria sido articulada pelo presidente do seu partido, Joel Rodrigues, que quer fortalecer o nome do progressista Júnior Percy na região como pré-candidato a deputado estadual. No fim de semana, Emanuel demitiu ninguém menos que o ex-prefeito Mão Santa, que era seu assessor direto, além de Dona Adalgisa, que comandava a Ação Municipal. Em seguida, nomeou sua esposa, seu tio e até sua mãe para cargos estratégicos. Ao mesmo tempo, manteve nomes indicados por Júnior Percy, sob articulação de Joel Rodrigues, que tem como objetivo enfraquecer a pré-candidatura de Gracinha Mão Santa a deputada estadual — ainda mais depois dos sinais de que ela pode deixar a sigla. Na política, muita coisa se perdoa. Mas a ingratidão, essa, o povo guarda na memória.