Marcelo Castro distribui emendas e “mimos” para vereadores de Teresina.

Os R$ 45 milhões que o senador Marcelo Castro anunciou como destinados ao prefeito Silvio Mendes para obras de calçamento, na verdade, já teriam sido previamente distribuídos entre vereadores de Teresina e suplentes bem votados. Segundo apurou a coluna, o senador dividiu o montante em parcelas de R$ 1 milhão, destinadas a cada liderança, para execução de obras de pavimentação. Ainda de acordo com as informações recebidas, a empresa responsável pelas obras já teria sido escolhida — como de costume, uma empresa “amiga” do senador. O detalhe que chamou atenção foi a promessa de um “mimo”: cada liderança beneficiada com a emenda receberia R$ 100 mil, divididos em duas parcelas de R$ 50 mil. A dúvida que fica é: isso pode?

Vereadores estão com Silvio no pescoço. 

Se por um lado os vereadores receberão calçamento e “mimos” para votar em Marcelo Castro, por outro, já não aguentam mais os sucessivos “nãos” da equipe do prefeito Silvio Mendes. Lá, segundo apuração da coluna, foi montado um verdadeiro tripé de dificuldades para os parlamentares. O primeiro “pilar” é Marco Antônio Aires, o senhor “não dá”, que comanda a Secretaria de Planejamento. O segundo na hierarquia é Marcos Évas, secretário de Administração, conhecido por não liberar sequer uma disposição de servidor. E, para fechar o trio, Charles Silveira, presidente da FMS , que teria sido orientado a nunca dizer “sim” a qualquer integrante da Câmara Municipal. A história do rombo nas contas da Prefeitura, que já foi de R$ 3 bilhões, depois virou R$ 2 bilhões e agora pode ser “só” R$ 1 bilhão, não convenceu os vereadores. Muitos já traçam uma impressão clara sobre Silvio Mendes: um gestor perdido, nervoso, e sem paciência para administrar. No último fim de semana, houve até quem cogitasse , entre os mais pessimistas, a possibilidade de renúncia. Aí a “Jelta” é demais!!!

Rafael viaja com Lula enquanto o Piauí nada em empréstimos.

O governador Rafael Fonteles embarcou na última sexta-feira (9), para a China , integrando a comitiva do presidente Lula em mais uma missão internacional. A torcida dos piauienses é que, desta vez, a viagem renda algo concreto para o estado. Isso porque, das quase dez experiências internacionais anteriores do governador, até agora, o Piauí não viu resultados palpáveis. Com a assinatura de contratos bilionários entre o Brasil e o governo chinês , há expectativa de que, ao menos, uma fatia disso chegue ao nosso estado — que atualmente nada em empréstimos. Os últimos, inclusive, somam milhões de reais e funcionaram como uma operação clássica de “cobrir um santo e descobrir o outro”. A liberação feita pela ALEPI foi apenas para amortecer dívidas e contrair novas. Enquanto isso, a oposição permanece sem voz. O governo comanda com maioria absolutista na Assembleia. A única que ensaiava um contraponto era a deputada Gracinha Mão Santa, mas desde o início do ano subiu no muro e nunca mais desceu. Já o deputado B. Sá, que está no exercício da suplência, até tenta engrossar o tom, mas suplente é suplente — nunca é forte nem no governo, imagine na oposição. E Gustavo Neiva, ao que parece, só não está no governo porque ainda não foi chamado.

A partir de hoje, aplicativos podem usar faixa de ônibus.

Com a frota de ônibus funcionando de forma precária há mais de seis meses, mesmo após a nova gestão assumir, a Prefeitura decidiu liberar o uso das faixas exclusivas para ônibus também para os motoristas de aplicativo — seguindo o exemplo das motocicletas. Para ter acesso à liberação, o condutor deve estar cadastrado em um site disponibilizado pela gestão municipal, comprovar pelo menos 1.800 corridas concluídas, ter habilitação regular e atender às demais exigências. Cumpridos os critérios, os motoristas não serão multados ao trafegar pelos corredores exclusivos.

Prefeitura não resolve crise do transporte e Teresina pode enfrentar nova greve esta semana. 

Quase seis meses após o início da gestão Silvio Mendes, a Prefeitura ainda não conseguiu regularizar o transporte público da capital, que continua operando com apenas 50% da frota em dias normais. Nesta segunda-feira, a situação se agravou: apenas 30% dos ônibus estavam circulando. A tentativa da Prefeitura de cadastrar ônibus e veículos particulares para amenizar os efeitos da paralisação não surtiu efeito — o número de veículos cadastrados não chegou nem a 5% do necessário para suprir a demanda. Mais uma vez, o teresinense será obrigado a “pagar para trabalhar”, recorrendo aos veículos por aplicativo, já que o transporte público segue sendo um dos maiores gargalos da atual administração.