O ministro Wellington Dias deu a senha no início da semana, durante passagem pelo Piauí: “a aliança merece ajustes para não magoar ninguém”, disse ele. A fala soou como um recado direto para os bastidores da sucessão de 2026. Entre os aliados da base karnakiana, cresce a avaliação de que a escolha de Wellington ou de seu filho, o médico e aspirante a político Vinícius Dias, como vice na chapa de Rafael Fonteles pode encerrar a disputa dentro do próprio PT. Se Lula estiver competitivo em 2026, Wellington deve permanecer fora da disputa, o que abriria espaço para Vinícius. Já Rafael tem defendido que o vice deve ser do PT, mas da ala da turma do Dom Barreto.  Pelo sim, pelo não, um “Dias” na vice pode ser a solução pacificadora.

Câmara Municipal: vereadores só discutem o que lhes interessa.

O teresinense deveria acompanhar mais de perto as discussões na Câmara Municipal de Teresina. Os vereadores têm debatido muitos assuntos, mas poucos realmente ligados aos interesses da cidade. Samantha Cavalca (Progressistas), por exemplo, não demonstra preocupação com os serviços precários prestados pela Prefeitura, mas apenas com o rombo no INSS. Petrus Avelyn, também do Progressistas, ignorou a greve do transporte público para criticar o MST. Já o vereador Deolindo Moura  (PT), em vez de cobrar soluções para a falta de medicamentos nas UBSs ou para o colapso no transporte coletivo, está mais interessado em saber onde é jogado o lixo da casa da sogra. Enquanto isso, o povo sofre e, pior, não acompanha. A conta, porém, sempre chega. Assim, a “Jelta” é D+.

Gracinha deve ir para o MDB com as bênçãos de Hélio.

A deputada Gracinha Mão Santa, que deixou a trincheira da oposição e subiu no muro, está acertando sua ida para o MDB , partido pelo qual seu pai já chegou a governar o estado. Gracinha deve ser uma daquelas governistas envergonhadas que se autointitulam “independentes”. Herdeira política de Mão Santa, ela não deve ter dificuldades para vestir a camisa do MDB, principalmente se depender do deputado Dr. Hélio. Ele já anunciou que permanecerá no partido e não se opõe à entrada da sua adversária.

Segurança não consegue devolver a sensação de segurança no Centro da capital. 

Apesar das intervenções midiáticas dos órgãos de segurança pública e do discurso de endurecimento das ações no Centro de Teresina, o aparato policial não tem conseguido devolver à população a sensação de segurança. Os roubos continuam frequentes, os arrombamentos persistem, e até mortes de pessoas em situação de rua têm sido registradas. Ontem mesmo, um corpo com sinais de violência e em estado de decomposição foi encontrado em um prédio abandonado na região central. O desafio do “centrão” parece estar longe de ser resolvido pela equipe comandada por Chico Lucas. Talvez valha a pena olhar para São Luís, onde o Centro Histórico foi revitalizado, está livre da criminalidade e ainda se tornou um dos principais endereços da vida noturna da capital maranhense.

Secretários sem autonomia e uma fortuna para a limpeza da capital.

Quando, raramente os vereadores de Teresina resolvem debater os problemas reais da cidade, surgem denúncias como a feita pelo vereador Eduardo Draga Alana (PSD). Ele alertou que a capital está suja, imunda, enquanto a Prefeitura anunciou, em regime de urgência, uma contratação direta de R$ 53 milhões para os serviços de limpeza e coleta pública sem licitação. Segundo o parlamentar, se o contrato fosse licitado, esse valor provavelmente seria menor. Draga Alana  também chamou atenção para a evidente falta de autonomia dos secretários da gestão municipal. De acordo com ele, tudo precisa passar pelo crivo do prefeito  até mesmo uma simples ida ao banheiro precisa ser informada. “O prefeito não deixa comprar um saco de cal sem falar com ele”, ironizou. Para o vereador, esse excesso de controle emperra a máquina pública e prejudica a população. E o fato é que ele tem razão: já se passaram cinco meses de gestão, e até agora, nada mudou.