Internações por síndrome respiratória aguda grave crescem 83% em Teresina

Teresina registrou, na última quarta-feira (24), 128 atendimentos de síndrome respiratória aguda grave. Foi o maior número até agora, representando um aumento de 83% das internações desde o início da pandemia. Atualmente, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 está em 80,92%%. Do total de 325 UTI Covid-19 da cidade, 263 estão ocupadas.

Para o diretor de Atenção Básica da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Kledson Batista, o aumento dos casos de síndromes gripais é uma evidência de que os casos de Covid-19 também estão crescendo e é um reflexo da diminuição nas taxas de isolamento social na capital.

“No início da pandemia, em meados de março, Teresina ainda estava com um número bem reduzido de pessoas com síndrome gripal, pois a quarentena estava sendo respeitada mais fortemente. Mas, mesmo com as imposições, decretos e as ações da Prefeitura, é notório que muitas pessoas desrespeitam o isolamento e se aglomeram em filas de banco, em feiras livres, pequenas lojas, ou até mesmo em serviços essenciais. Nesse sentido, os casos tendem realmente a aumentar”, comentou.

Com o registro do aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave em Teresina, a principal preocupação dos órgãos de saúde é com a capacidade de assistência da rede hospitalar na cidade. “O número de leitos de UTI continua com ocupação acima de 70% e acreditamos que as medidas de isolamento ainda sejam as mais efetivas para o controle da pandemia. A Covid-19 é uma doença extremamente grave e é transmitida com facilidade. É essencial que as pessoas continuem os cuidados de prevenção, distanciamento social, uso de máscara e, principalmente, lavagem constante das mãos”, alerta a infectologista Amparo Salmito, gerente de Epidemiologia da FMS.

De março até agora, já foram prestados 83.613 atendimentos a pessoas com sintomas gripais, dos quais 57.938 foram na rede pública de saúde e 30.679 na rede privada. Somente na quarta-feira, 3.019 procuram o serviço de saúde com síndrome gripal, sendo 2.065 na rede pública e 954 na rede privada.

“Como o número de casos de Covid-19 não para de crescer, estamos trabalhando para aumentar os leitos de UTI. A FMS já adquiriu os equipamentos e agora são necessários mais médicos, de qualquer especialidade, para iniciarmos o atendimento. Já temos número suficiente de enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas”, explica o presidente da FMS, Manoel de Moura Neto.