Empresa que realizava obras do Finisa no PI é investigada por fraude em licitações

O Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI),  instaurou um Inquérito Civil Público para investigar possíveis irregularidades na aplicação de recursos referentes ao contrato de empréstimo celebrado entre o Governo do Estado do Piauí e a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 600 milhões, destinado ao Plano de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA).

Na ação civil ajuizada, a Promotoria de Justiça destacou fundamentalmente o superfaturamento nos contratos de serviços de pavimentação em paralelepípedo e indícios de fraude no caráter competitivo de processos licitatórios relacionadas à aplicação do FINISA I e II.

Entre as empresas ganhadoras das licitações envolvidas na ação, foi apontada a Construtora Crescer, com sede em Timon, que recebeu recebeu R$ 2.210.531,60 através de contratos assinados na Coordenadorias de Desenvolvimento Social e Lazer (CDSOL), comandada na época, pelos deputados Júlio César e Georgiano Neto (PSD), e da Coordenadoria de Combate à Pobreza Rural, cujo o coordenador, era Leonardo Santos, indicado pelo deputado João Mádison (PMDB).

A empresa em questão, foi alvo da ‘Operação Itaorna’, em setembro de 2018, quando foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Teresina, nas Sedes da Secretaria Estadual de Turismo, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), Coordenadorias de Desenvolvimento Social e Lazer e Coordenadoria de Combate à Pobreza Rural.

Na época, o objetivo era investigar possíveis fraudes em processos licitatórios envolvendo estes órgãos e a construtora. Durante a operação, foi verificado que, entre outras irregularidades, a Construtora Viver usava o nome de uma pessoa morta no ano de 2014 para fechar os contratos.

Além disso, os investigados também revelaram que em anos eleitorais o montante repassado para a empresa eram bem maiores que nos demais.