Juiz determina arquivamento do inquérito que apurou a morte de Firmino Filho; Leia depoimentos!

O juiz da Central de Inquéritos de Teresina, Valdemir Ferreira Santos, determinou o arquivamento do inquérito que investigou a morte do ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho, ocorrida no dia 06 de abril deste ano. Conforme o magistrado, o arquivamento se deve em razão da ausência de tipicidade penal.

“Consta Laudo de Exame Pericial em Local de Crime, que, após detalhado estudo, não apontou a existência de outra pessoa ou mesmo de um embate físico travado pela vítima, periciando que a causa morte foi realmente suicídio, além de descrever a provável dinâmica do fato e momento que a vítima se arremessa contra o solo”, diz o inquérito. 

Dessa forma, o laudo cadavérico concluiu que a morte de Firmino foi provocada por politraumatismo.

Relembre o caso

À época, Firmino foi encontrado morto em frente ao edifício Manhattan River Center, na zona Leste de Teresina, onde funciona o Tribunal de Contas da União (TCU), local onde o ex-prefeito trabalhava como auditor fiscal. Ele caiu do 14º andar do prédio.

O inquérito, era presidido pelo delegado Divanilson Sena, estava sob segredo de justiça. A viúva de Firmino, deputada Lucy Soares, chegou a conceder entrevista falando que o pedido de sigilo não havia sido feito pela família.

Leia parte do depoimento de Lucy:

No dia 06/04/2021, por volta das 8h10, FIRMINO, após ter dormido sozinho na casa de onde o casal planejava se mudar, apareceu no apartamento para o qual estavam se mudando para tomar café. FIRMINO já chegou ao apartamento arrumado para ir ao trabalho no TCU. Perguntada se havia constatado algo de anormal com FIRMINO, a depoente afirmou que, desde fevereiro deste ano, notou que a vítima estava muito triste, muito calada, olhando perdido para o tempo. Quando perguntava para o ex-prefeito o que ele tinha, ele apenas dizia que estava triste, momento em que a depoente tentava animá-lo. Acerca do motivo da tristeza, FIRMINO não dizia especificamente o motivo, mas a depoente acreditava ser a saída da prefeitura, após muito trabalho durante a pandemia, e a nova rotina de trabalho no TCU, bem como o agravamento da pandemia. 

Ainda, a depoente afirmou que não havia qualquer problema no casamento. Por fim, a viúva afirmou que tem certeza que a vítima cometeu suicídio, não havendo necessidade de analisar dados do celular e expor conteúdos de conversas privadas entre ela e seu ex-marido, e que não acredita que alguém tenha induzido, instigado ou auxiliado o prefeito a cometer suicídio”. 

Além de Lucy, funcionários do TCU, a filha, Bárbara Silveira, o genro, Breno Nunes, e a assessora particular de Firmino, Iranildes, prestaram depoimento à polícia, bem como todas as pessoas que tiveram contato com o ex-prefeito antes de sua morte.

Um dos depoimentos mais importantes do inquérito foi o de Ana Lúcia Epaminondas, que era chefe de Firmino no TCU. Segundo ela, o ex-prefeito havia relatado “que não estava conseguindo acompanhar e iria solicitar uma licença médica pois estava muito mal e enfatizou outras vezes que “estava mal”.

Leia:

“[…] atual chefe de Firmino Filho, que reside em Brasília-DF, ANA LÚCIA EPAMINONDAS no qual depôs que FIRMINO relatou a dificuldade de retorno ao trabalho e confessou que estaria em depressão, fazendo uso de medicamentos que atrapalham sua memória, não conseguindo realizar as atividades de forma satisfatória. Em determinado momento da conversa, a vítima diz que retornou ao trabalho por indicação médica para ocupar a mente com outras atividades, mas que não estava conseguindo acompanhar e iria solicitar uma licença médica pois estava muito mal e enfatizou outras vezes que “estava mal”.