Fora dos holofotes desde que o marido, Joesley Batista, se envolveu em um escândalo político que quase levou a queda de um presidente, a jornalista Ticiana Vilas Boas assumiu um lado empresária. Ela e uma amiga abriram uma loja de móveis de luxo desenvolvidos por designers brasileiros.
O empreendimento foi inaugurado de maneira virtual por causa da pandemia de covid-19 e fica no Jardim América, um dos endereços mais nobres da cidade de São Paulo.
Durante uma entrevista via Instagram, Ticiana afirmou que a premissa não foi montar somente uma loja de móveis, mas um estabelecimento que faça trabalho de pesquisa, tenha preocupação com sustentabilidade e crie um canal de distribuição nacional e até internacional.
“Para empreender, tinha que ser alguma coisa com propósito, não só criar um produto e vender. Sempre tive vontade de me envolver num projeto social”, declarou durante a entrevista que concedeu no Instagram. Ticiana ainda falou que nos 15 anos como repórter e apresentadora de TV nunca sentiu vontade de seguir outra profissão ou trabalhar com outra atividade. Mas a decoração de ambientes chamou a atenção por lidar com objetos bonitos e pessoas leves.
A nova fase dela começa depois de um longo tempo recolhida. Nestes três anos em que saiu de cena, ela chegou a se separar do marido, mas depois eles reataram. Na sequência, Ticiana deu à luz o segundo filho : Joaquin nasceu no ano passado. A jornalista também é mãe de Joesley, garoto que tem o mesmo nome do pai.
O processo judicial
As investigações feitas em relação à suspeita de corrupção por parte de Joesley Batista ainda aguardam decisão judicial. O caso está com o Supremo Tribunal Federal. O empresário Joesley Batista era dono da JBS, gigante do setor alimentício, e investigado por suspeita de corrupção. Ele fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e trabalhou para coletar provar sobre um suposto esquema de corrupção no governo federal.
Neste contexto, Joesley gravou um encontro com o então presidente Michel Temer (MDB) em que teria recebido a orientação do chefe do Executivo para continuar comprando o silêncio de Eduardo Cunha, que presidiu a Câmara dos Deputados durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O áudio desta conversa vazou em maio de 2017 e levou a cogitação da renúncia de Temer, o que não ocorreu. O então presidente trabalhava por uma reforma no sistema de previdência, mas com a fragilidade política resultante do episódio o projeto perdeu condições de ser aprovado. O caso ficou conhecido como “Joesley day” no mercado financeiro e causou forte queda na bolsa de valores. O Ibovespa despencou 12% em menos de uma hora e o pregão precisou ser interrompido.