O gabinete de Segurança de Israel autorizou, na noite deste sábado (7), o estado de guerra no país. Com a oficialização, o governo poderá realizar "atividades militares significativas".
A decisão ocorre na esteira de uma invasão sem precedentes de Israel pelos terroristas islâmicos do grupo Hamas, que resultou, até o momento, na morte de mais de 600 civis e militares israelenses. Mais de 2.000 pessoas estão feridas.
O país também foi alvo de milhares de mísseis disparados a partir da Faixa de Gaza.
Em nota, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que foi tomada "uma série de decisões operacionais, cujo objetivo é alcançar a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas e da Jihad Islâmica de uma maneira que impeça sua capacidade e disposição de ameaçar e atacar os cidadãos de Israel por muitos anos."
"Estamos embarcando em uma guerra longa e difícil que nos foi imposta por um ataque assassino do Hamas. A primeira fase está terminando neste momento com a destruição da grande maioria das forças inimigas que se infiltraram em nosso território. Ao mesmo tempo, iniciamos a fase ofensiva, que continuará sem limitações ou descanso até que os objetivos sejam alcançados. Restauraremos a segurança aos cidadãos de Israel e venceremos", disse o premiê.
Entre as decisões tomadas pelo Gabinete de Segurança está a interrupção do fornecimento de eletricidade, combustível e mercadorias para Gaza.
A retaliação de Israel começou no próprio sábado, enquanto o país ainda era atacado. Mísseis foram lançados em direção a alvos específicos em Gaza, além de ataques aéreos, destruindo edifícios residenciais.
Uma torre de 14 andares que abrigava apartamentos e escritórios do Hamas no centro de Gaza foi completamente destruída.
Do lado palestino, foram contabilizadas até o momento 370 mortes e mais de 2.200 pessoas feridas, mas o número deve subir ao longo do dia, com a intensificação dos ataques de Israel.
Neste domingo (8), o Exército começou a retirar cidadãos israelenses que vivem em áreas próximas à fronteira de Gaza.
A remoção desses moradores deve ser realizada com total segurança, após uma minuciosa verificação da área, para garantir que não haja mais milicianos, ressaltou o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari.
"No momento, estão ocorrendo combates heroicos para libertar os reféns, e também houve combates durante toda a noite", disse o oficial, referindo-se aos conflitos em Kfar Aza, a 2 km a leste da fronteira com a Faixa de Gaza.
Desde o início da ofensiva contra Israel lançada no sábado (7) pelo grupo islamita palestino Hamas a partir de Gaza, centenas de combatentes morreram e dezenas foram capturados, acrescentou o general Hagari.
Netanyahu prometeu uma contraofensiva jamais vista. Em outra reunião do Gabinete de Segurança, ele listou os três objetivos iniciais no momento:
"Nosso primeiro objetivo é eliminar as forças hostis que se infiltraram em nosso território e restaurar a segurança e a tranquilidade nas comunidades que foram atacadas. O segundo objetivo, ao mesmo tempo, é impor um preço imenso ao inimigo, dentro da Faixa de Gaza também. O terceiro objetivo é reforçar outras frentes para que ninguém se engane ao se juntar a esta guerra".
Estima-se que mais de mil radicais do Hamas tenham se infiltrado em território israelense, algo nunca visto.
Eles assassinaram civis e militares, sequestraram pessoas e até corpos de israelenses foram levados para Gaza.
À emissora de TV Al Jazeera, o vice-chefe do Hamas, Saleh al-Arouri, disse que os integrantes do grupo têm em poder um número "suficiente" de israelenses, incluindo "oficiais de alto escalão", para libertar todos os palestinos presos.
"Conseguimos matar e capturar muitos soldados israelenses. A luta ainda está acontecendo. Quanto aos nossos prisioneiros, digo que a liberdade deles está se aproximando. O que temos em mãos os verá libertados. Quanto mais a luta continuar, maior será o número de prisioneiros."