Mais de 30 ônibus foram incendiados em diversos pontos da zona oeste do Rio de Janeiro após a morte do sobrinho do miliciano Zinho, durante uma operação em Santa Cruz, nesta segunda-feira (23). 

O ataque teria ocorrido em resposta à ação da Polícia Civil, que baleou Matheus Rezende, conhecido como Faustão, na comunidade Três Pontes.

O suspeito chegou a ser socorrido, juntamente a um comparsa, e levado para o Hospital Pedro II, na mesma região, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo a polícia, Matheus é apontado como o segundo homem na hierarquia da milícia na região. O  Comando de Operações Especiais da Polícia Militar enviou equipes para os locais, onde o clima é tenso. 

A cidade do Rio entrou em estágio de mobilização, às 16h50, devido aos ataques contra os ônibus na região da zona oeste. Perto das 18h40, o alerta já tinha subido para estágio de atenção. Esse é o terceiro nível — em uma escala de cinco —, que considera os riscos de ocorrências de alto impacto no município.  

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio fez um alerta de que há manifestações em Magarça, Paciência, Cosmos, Santa Cruz e Inhoaíba. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. 

O porta-voz da Rio Ônibus, Paulo Valente, disse que, além dos ônibus queimados, há barricadas e vias interditadas. A situação afeta a volta de cariocas para casa, já que as empresas decidiram recolher ou parar os coletivos. 

Por segurança, a circulação de todas as linhas do BRT foi interrompida no corredor Transoeste, segundo a Mobi-Rio. 

Em função dessa interrupção, a opção para os passageiros que precisam ir para Santa Cruz ou Campo Grande é utilizar as linhas dos corredores Transolímpica e Transcarioca.

Na sequência, eles devem utilizar as linhas que fazem integração com o ramal da Supervia pelo Terminal Deodoro e pelo Terminal Paulo da Portela, em Madureira.

O helicóptero da Record TV flagrou também a estação do BRT Santa Veridiana, em Santa Cruz, em chamas. 

Luis Antônio da Silva Braga é um dos criminosos mais procurados do Estado do Rio de Janeiro. Ele assumiu a liderança da milícia que atua na zona oeste após a morte do irmão Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021.