
Ilha Grande, a charmosa porta de entrada para o Delta das Américas, vive um dos momentos mais críticos de sua história recente. Um vazamento no sistema de esgotamento sanitário da cidade está despejando, há dias, dejetos diretamente no rio que corta o município. O resultado é uma cena lamentável: água contaminada, forte odor nas imediações e revolta de moradores que denunciam o problema como uma ameaça direta à saúde pública e ao meio ambiente.

A prefeita Marina Brito tem feito sucessivos apelos à Agespisa , empresa responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário , cobrando providências urgentes. Até agora, no entanto, as respostas têm sido consideradas insuficientes. O Portal Encarando recebe diariamente inúmeras denúncias sobre o péssimo serviço da empresa e a gravidade da situação, que atinge principalmente bairros ribeirinhos e áreas próximas ao centro da cidade, afetando também o turismo e a pesca local.
O caso expõe o que muitos já vinham alertando: a fragilidade operacional da Agespisa após sua concessão à iniciativa privada. Nos bastidores, a informação que circula é que a empresa não tem estrutura técnica ou equipes disponíveis para intervir com a rapidez que a situação exige. A lentidão na resposta só aumenta a sensação de abandono e indignação da população.
Além dos riscos sanitários, o vazamento impacta diretamente a economia local, já que Ilha Grande é um dos principais polos turísticos do Piauí. Guias, comerciantes e pescadores temem que a contaminação do rio afaste visitantes e prejudique a alta temporada.
Diante da omissão da Agespisa, moradores têm se organizado para cobrar do Governo do Estado e dos órgãos ambientais uma ação mais firme. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMAR) ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas ambientalistas defendem que uma fiscalização urgente seja realizada para apurar danos e responsabilizar os envolvidos.
Enquanto isso, o povo de Ilha Grande segue convivendo com o esgoto a céu aberto e pagando, literalmente, a conta do descaso.