Na manhã desta segunda-feira (29), a Polícia Civil deflagrou uma grande operação para desarticular um grupo criminoso suspeito de aplicar o golpe dos nudes em diversas vítimas. Mais de 40 mandados de prisão foram expedidos para 12 cidades do país. Até o momento, 33 prisões já foram realizadas pelos policiais.

A investigação, que teve início há um ano, revelou que o grupo agia de forma organizada e utilizava as redes sociaispara seduzir e conquistar a confiança de suas vítimas, atraindo médicos, empresários e até policiais, de várias cidades do Brasil. Uma vez estabelecido o contato, os criminosos solicitavam fotos íntimas das pessoas, alegando interesse em um relacionamento amoroso.

Foi identificado 80 vítimas do golpe em todo o país, uma das vítimas havia perdido mais de R$ 100 mil, os golpes geraram um prejuízo de mais de R$ 5 milhões. As vítimas do golpe residiam nos estados:  Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Essa prática conhecida como “golpe do falso delegado” ou "golpe do nudes", consiste em extorsão de usuários de redes sociais, geralmente homens mais velhos, após o envio de fotos íntimas, na maioria das vezes por supostas jovens mulheres. Depois da troca de mensagens, um parente ou autoridade policial fictícia entra em contato dizendo que a mulher ou homem era, na verdade, um menor de idade.

Os golpistas, então, enviam áudios  tentando extorquir dinheiro das vítimas para que elas não sejam expostas. Os criminosos também tinham cenários para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que seria feito o registro da ocorrência por pedofilia contra as vítimas de estelionato. Delegacias falsas da Polícia Civil foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Segundo as investigações, uma adolescente de 17 anos foi aliciada pela organização criminosa. Ela se fotografava, recebia entre R$ 100 e R$ 200 por "pacote de imagens" e as fotografias eram usadas no esquema. Há suspeita do aliciamento de outras adolescentes e também de jovens de 18 ou 19 anos que se passavam por menores de idade.