Ana Lúcia Monteiro, mãe do estudante de Direito Lucas Vinícius, que desapareceu em abril do ano passado, está solicitando um novo teste de DNA em um corpo carbonizado. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ela alega que o corpo mantido no Instituto Médico Legal (IML) de Teresina possui uma deformidade óssea na escápula esquerda, semelhante à de seu filho.
Ana Lúcia Monteiro disse que não há outra família questionando a identidade do corpo e que se sente desamparada. “Estou aqui para pedir ao senhor excelentíssimo juiz um novo teste do corpo que está carbonizado no IML há um ano. Não existe outra família questionando aquele corpo, e existe uma deformidade óssea no lado esquerdo, na escápula, nas costas, a qual o meu filho possui. Estou pedindo ao senhor juiz que nos conceda o direito de fazer esse reteste, que é um direito que eu tenho. Não tenho mais vida, não consigo dormir ou trabalhar, não tenho paz, e tenho certeza de que meu filho também está precisando de paz”, falou.
O corpo carbonizado citado pela mãe foi encontrado no Assentamento Emiliano Batata, na zona rural de Teresina, no dia 30 de abril de 2022. Dois meses depois, o IML de Teresina emitiu um laudo informando que o corpo não era de Lucas Vinicius.
Lucas desapareceu em 24 de abril de 2022, após, segundo relato da namorada na época, Maria Gabriela, ter se jogado da ponte Juscelino Kubitschek, na Avenida Frei Serafim, que liga o Centro à Zona Leste de Teresina. Até o momento, o corpo de Lucas nunca foi encontrado.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu em abril deste ano o inquérito que investigava o desaparecimento do jovem. O caso estava sob responsabilidade da delegada Fernanda Novaes, da Delegacia de Desaparecidos, que não encontrou indícios de crime durante a investigação. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público.
Durante a investigação, a namorada do estudante, Gabriela Vasconcelos, e uma amiga prestaram um novo depoimento. Segundo o coordenador do DHPP, delegado Francisco Costa, foram identificadas algumas inconsistências que precisam ser esclarecidas antes da conclusão do caso.
O delegado Costa afirmou que trataram a investigação com imparcialidade, independentemente das relações econômicas e sociais envolvidas. Os pais de Lucas, que estiveram no Piauí para acompanhar as investigações, não acreditam na versão apresentada pela namorada.