Delator do caso Marielle afirma que deixou de receber ajuda financeira há mais de um ano

Suspeito de ter participado dos assassinados da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Élcio Queiroz afirmou em delação premiada que recebeu durante "meses" pelo menos o valor de R$ 5 mil do ex-bombeiro Suel, envolvido nos crimes e que foi preso nesta segunda-feira, 24. No entanto, esse valor foi diminuindo a cada mês e do nada deixou de ser depositada e há mais de u m ano, ele já não recebe qualquer quantia.

De acordo com o delator, o esquema teria sido iniciado por Suel, que mensalmente repassava a quantia de R$ 10 mil para Ronnie Lessa. Deste valor, R$ 5 mil eram destinados para pagar o advogado de defesa, enquanto os outros R$ 5 mil serviam para auxiliar nas despesas de Élcio, que afirmou estar enfrentando dificuldades financeiras na época. O dinheiro também era utilizado para ajudar a pagar as mensalidades da escola do delator.

No entanto, a ajuda financeira de Suel foi sendo reduzida gradualmente e, há mais de um ano, foi abruptamente interrompida. Élcio explicou que isso ocorreu por dois motivos principais. Primeiro, a falta de movimentação no processo relacionado aos assassinatos de Marielle e Anderson fez com que Suel deixasse de pagar o advogado, aguardando uma retomada nos acontecimentos. Segundo, Suel teria afirmado que Ronnie Lessa, outro envolvido nos crimes, estava enriquecendo e que o dinheiro era seu, recusando-se a compartilhar mais recursos com terceiros.