Parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram à pesquisa Datafolha, que apontou a queda da aprovação do governo para 24%.

Esse é o menor índice de aprovação em todos os três mandatos do presidente.

A maioria dos parlamentares da oposição ouvidos disse ter recebido o resultado da pesquisa sem surpresas, pois avalia que reflete o sentimento que veem nas ruas.

Ainda na avaliação deles, o resultado ajuda a reforçar o pedido de impeachment contra o presidente Lula e o eventual avanço do projeto que busca anistiar os envolvidos no ato de 8 de janeiro de 2023.

Em entrevista à CNN, o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), afirmou que “não surpreende em nada” e que “é preciso cair na realidade”. “É uma resposta do brasileiro sobre o que só ele passa no mundo real.”

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), citou o aumento no preço de alguns alimentos e criticou decisões e falas de Lula.

Disse ainda que o governo está “derretendo” pela forma como toca o Orçamento público e que o atual governo Lula se parece com o segundo mandato de Dilma Rousseff, antes de ela sofrer o impeachment.

“A população do país está acordando a respeito da maneira como o governo vem se comportando. Então, essa queda da popularidade do presidente Lula é reflexo de como ele atua na administração de um país tão grande e complexo como o Brasil.”

“Vivemos hoje no Brasil um desastre que se assemelha ao final do governo Dilma 2. Lula 3 e Dilma 2 é um filme que nós já assistimos, infelizmente sabemos a maneira como ele vai terminar. É apenas um começo desse desastre anunciado, que o governo teima em repetir os mesmos erros. O PT não aprendeu nada e também não esqueceu nada”, acrescentou.

Um dos vice-líderes da oposição na Câmara, Rodolfo Nogueira (PL-MS), disse que “o povo está acordando para a farsa que é o governo Lula”.

“Na campanha, ele prometeu de tudo, mas agora a realidade bate à porta. O que se vê é um governo que não entrega o que prometeu. A inflação corrói o bolso dos brasileiros, os juros estão nas alturas e a segurança pública está abandonada. O país percebeu que foi enganado por falsas promessas e discursos vazios.”

Outro vice-líder da oposição na Câmara, Coronel Meira (PL-PE), disse que está no sertão de Pernambuco, “onde imperava Lula” e percebe uma mudança. Ele defendeu um impeachment do presidente diante da economia, do que chama de “revolta popular” e de uma Câmara dos Deputados “insatisfeita”. “E não vejo cenário de mudança, não vejo corte de gastos no horizonte.”

O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI), foi um dos primeiros a se manifestar nas redes sociais.

“O Datafolha expressa em números a 3ª lei de Newton, a da ação e reação. Quem passou os 2 últimos anos agindo contra os outros, colhe contrariedade. O Lula mais amargo dos 3 é o mais rejeitado de todos os Lulas. Ação e reação”, disse o senador em publicação no X.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado Zucco (PL-RS), afirmou que o governo está “sem rumo”.

“A recente pesquisa Datafolha que reafirma a escalada da impopularidade do governo Lula demonstra que essa gestão chegou ao fim. Temos um governo sem rumo e sem condições de apontar saídas para uma crise econômica que se aprofunda dia a dia. A população cansou de tanta promessa e não aguenta mais pagar a conta de uma gestão incompetente e perdulária.”

Em entrevista à CNN, Nikolas Ferreira (PL-MG) falou sobre pesquisa o seguinte:

“É a pior queda da história do governo Lula. Acredito que o meu vídeo (sobre Pix) tenha sido um ponto principal nesse derretimento da figura do Lula, principalmente com os mais pobres, onde mostra um percentual de queda de 15 pontos. Ou seja, de fato o vídeo chegou nas pessoas que seriam mais afetadas pela medida do governo Lula, de colocar uma lupa, fazer um pente fino nas contas dos trabalhadores, enfim, comuns aqui do nosso país.”

“Vejo que até mesmo o Datafolha já não está mais conseguindo, digamos assim, passar pano para os erros, crassos do governo. Acredito que ele esteja a passos largos para ter o mesmo caminho que a Dilma”, finalizou.

O senador Jorge Seif (PL-SC) é um dos parlamentares que falam de impeachment.

“A pergunta que fica: vamos esperar o caos total ou já podemos falar em impeachment?”, disse.

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também publicou nas redes sociais.

“A única coisa que precisa ser dita neste momento do governo é algo bem simples: fora Lula! Se ele se importa com o povo, vai pedir para sair”, afirmou o senador em publicação no X.

Fonte: CNN