CPI dos Atos Golpistas ouve ex-diretor da PRF nesta terça-feira

Nesta terça-feira (20), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deve ouvir o primeiro convocado - o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.

A auditoria de Vasques foi requerida pela relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), sendo assim, ele é obrigado a prestar depoimento à comissão. Em caso de não comparecimento, pode ser alvo de condução coercitiva. Apenas investigados têm o direito de não participarem.

Como justificativa para a convocação, a relatora afirmou que Vasques tinha uma posição estratégica no governo e que, por isso, tem a capacidade de falar sobre "possíveis outras suspeitas de atentado" em rodovias federais.

O ex-diretor-geral é investigado em um inquérito que apura se houve prevaricação na atuação da PRF durante a interdição e bloqueio de rodoviárias feitos pelo reduto eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se houve, também, a prática de violência política durante as fiscalizações de veículos que circulavam durante o segundo turno das eleições de 2022. Essa fiscalização fez com que eleitores, sobretudo da região nordestina, fossem impossibilitados de votarem no candidato à Presidência da República. Além disso, na época, Vasques expôs ser apoiador da política direitista que Bolsonaro utilizou ao longo de sua gestão.

A CPI deve analisar requerimentos. Entre os pedidos protocolados pelo presidente da bancada, Arthur Maia (União Brasil-BA), estão: acesso aos inquéritos sobre o 08 de janeiro que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias e do ex-diretor-adjunto da Agência Brasília de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Vale lembrar que, durante a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, Gonçalves Dias foi flagrado, por câmeras de segurança, dando instruções ao grupo de golpistas.

Na reunião anterior, o colegiado aprovou a convocação de ex-aliados diretos do ex-chefe do Executivo. Dentre eles, os ex-ministros Anderson Torres, Braga Netto e Augusto Heleno, além de Mauro Cid - militar que tem ligação direta com a família Bolsonaro.