O governo federal elaborou um plano para reverter o destino de cerca de 500 propriedades pertencentes à União, entre prédios, terrenos e galpões, a maioria dos quais atualmente abandonados ou ocupados por movimentos sociais. A meta desse programa, denominado "Democratização dos Imóveis da União", é destinar esses bens a projetos de moradias populares, saúde pública, educação, atividades esportivas e culturais até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A iniciativa está sendo desenvolvida pelo Ministério da Gestão.
Em entrevista ao jornal O GLOBO, a ministra Esther Dweck, responsável pela pasta, ressaltou a ambição do programa, mas também mencionou as dificuldades em sua execução, uma vez que muitos desses imóveis se encontram em estado precário. No entanto, enfatizou que a determinação do presidente Lula é assegurar uma destinação para cada um deles.
A proposta conta com o apoio de prefeitos de grandes cidades e engloba a reforma dos imóveis em más condições, a conclusão de obras em andamento, a construção de unidades habitacionais em terrenos pertencentes à União e a regularização fundiária de assentamentos em áreas públicas. Essas habitações poderão atender a famílias desabrigadas e a residentes em áreas de risco.
Um exemplo no Rio de Janeiro é o prédio histórico da Estação Ferroviária Leopoldina, pertencente à União, que será reformado para abrigar atividades culturais, educacionais e comerciais após ser transferido para a prefeitura. Além disso, outras propriedades, como o Hotel dos Ingleses na Glória e um edifício no Santo Cristo, ambos ocupados por famílias de baixa renda, também estão na lista de transferências.