O planejamento para conter potenciais incidentes durante as esperadas"manifestações" em 8 de janeiro deste ano foi elaborado dois dias antes dos eventos de cunho golpista. Nesse plano, o foco estava em um movimento pacífico, e ele foi assinado e elogiado por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).
No entanto, o plano não foi alterado mesmo quando novos alertas indicaram um cenário mais arriscado, envolvendo possíveis ameaças à democracia. Esse documento, considerado "genérico" por especialistas em planos operacionais, apresentou diversas falhas.As informações são do Metrópoles.
O Protocolo de Ações Integradas (PAI), elaborado para promover medidas de segurança e garantir o direito constitucional de livre manifestação, foi assinado por Anderson Torres antes de sua viagem para os Estados Unidos, juntamente com sua família. O protocolo foi resultado de uma reunião ocorrida em 6 de janeiro na SSP-DF, na qual membros das forças de segurança avaliaram a possibilidade de uma manifestação pacífica, com baixa adesão e risco mínimo, com base nas informações disponíveis na época.
No entanto, a situação evoluiu rapidamente e a convocação de apoiadores bolsonaristas nas redes sociais gerou alarme. No dia 7 de janeiro, o cenário havia mudado drasticamente, com expectativa de grande participação em uma manifestação chamada de "Tomada do Poder". Alertas foram emitidos indicando a possibilidade de invasões a órgãos públicos e bloqueio de instalações de combustíveis. Também foram relatados aumentos no número de manifestantes e indícios de confrontos com as forças de segurança.