
A Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal, revelou que a vereadora Tatiana Medeiros e seus aliados movimentaram R$ 9.741.285,60 em 44 contas bancárias, entre julho de 2023 e dezembro de 2024. A investigação aponta uma “proeminente movimentação financeira”, com indícios claros de compra de votos e financiamento ilegal de campanha.
Segundo os dados do caso SIMBA 010909-10, foram registrados mais de 17 mil lançamentos suspeitos. Apenas nas contas de Stênio Ferreira dos Santos — companheiro da mãe da vereadora e apontado como líder operacional do esquema — foram movimentados, a crédito, R$ 915 mil e, a débito, R$ 810 mil, em milhares de transações.
Em ano eleitoral, o volume de créditos nas contas de Stênio saltou 230%, passando de R$ 212 mil para R$ 702 mil. Parte desses valores teria vindo do Instituto Vamos Juntos, presidido por Maria Odelia Medeiros, mãe de Tatiana, com repasses de R$ 201 mil em apenas seis transferências.
As investigações apontam que o esquema de cooptação de eleitores era feito via Pix, geralmente no valor de R$ 100, por meio de aliados da vereadora: Alandilson, Emanuelly, Bianca e o próprio Stênio. As transações, segundo a PF, ocorreram inclusive no dia da eleição.
Para os investigadores, Tatiana não era apenas beneficiária do esquema, mas a articuladora central da rede criminosa. O juiz que determinou sua prisão destacou que mensagens de texto e áudios trocados entre os envolvidos evidenciam sua liderança direta nas ações de compra de votos.