Teresina é conhecida como polo médico hospitalar, com grandes redes de clinicas e hospitais de referência que atendem o público do Piauí e também do estado vizinho Maranhão. Por essa razão torna-se imprescindível os cuidados com descarte do lixo hospitalar para evitar possíveis contaminações nestes ambientes. Contudo, na busca por menor preço hospitais buscam empresas em situação irregular para fazer serviço de lavagem de roupas hospitalares, pondo em risco a saúde da população.
Um dos órgãos responsáveis por fiscalizar essas empresas é a Secretária Municipal do Meio Ambiente de Teresina (SEMAN) que assegura e fiscaliza o licenciamento ambiental deste trabalho. “A Lavanderia hospitalar irregular é aquela que não passou pelo licenciamento ambiental e aquela que lança o efluente de suas atividade diretamente em corpo hídrico ou rede coletora de esgoto sem anuência da Águas de Teresina” destacou Mayrla Oliveira, Analista Ambiental da SEMAN.
Questionada se todas as lavanderias da capital cumprem as recomendações e diretrizes do órgão, a Analista Ambiental da Prefeitura de Teresina respondeu de forma inconclusiva. “Não temos como afirmar se todas estão regulares, as que estão licenciadas estão regulares, mas nem todas estão licenciadas”, disse.
Já a nível estadual, o órgão responsável é a Diretoria de Vigilância Sanitária. Maria Veloso, Gerente de Controle e Serviços da Divisa, também respondeu ao nosso questionamento. “As lavanderias são terceirizadas e que prestam esses serviços elas precisam ser licenciadas junto a vigilância sanitária estadual. E para elas serem licenciadas as equipes vão fazer a inspeção verificando o cumprimento da regra de boas práticas de processamento de roupas hospitalares. Os serviços de lavandeira hospitalar que funcionam dentro dos hospitais são inspecionadas juntos com todo o hospital e não necessitam de licença sanitária separada” disse.
O infectologista, Kelson Veras, explica que a lavagem de roupa hospitalar merece maior atenção e difere da limpeza de fardagem comum.
“Ela difere da lavagem de uma roupa comum, de uma roupa de hotel, da roupa de casa por conta do elevado risco da presença de germes patogênicos e micróbios causadores de doenças. Isso requer técnicas especiais e precisa ser feita por empresas que se especializam na lavagem desse tipo de roupa”, explicou o infectologista.
De acordo com o Ministério Público do Piauí (MPPI), a 29° Promotoria de Justiça de Teresina ingressou em 2018 com uma ação pública, requerendo que a Fundação Municipal de Saúde reativasse todas as lavandeiras do município e maternidades públicas da capital. O MPPI não soube informar a quantidade de lavanderias em situação irregular em Teresina e no Piauí.
Fica, portanto, registrado a denúncia do Portal Encarando.com que a população corre o risco de está exposta ao meio ambiente contaminado e dentro do ambiente hospitalar a uma roupa com potencial contaminação, visto que não passou por processo de lavagem e higienização adequados. Ao passo que chamamos a atenção dos órgãos para façam fiscalizações periódicas nos hospitais públicos de Teresina e Piauí.